17 DE MAIO DE 2013
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interno. Temos de ter uma concorrência e uma regulação mais ágeis, para termos uma economia mais forte.
Temos de ter um Estado reformado, mais adequado ao presente, que nos permita libertar recursos e dar
espaço à iniciativa privada.
Para estes objetivos, todos somos poucos. O Governo já mostrou o seu empenho nestas mudanças, a
abertura para encontrar consensos e o compromisso de procurar pontes. Acreditamos que não só a maioria
mas também o maior partido da oposição responderão como Portugal precisa.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.ª Deputada Cecília Meireles, para lhe pedir esclarecimentos,
inscreveram-se três Srs. Deputados, um do Bloco de Esquerda, outro do Partido Socialista e outro do PCP.
Informo que a Sr.ª Deputada responde em conjunto aos dois primeiros Srs. Deputados e, depois,
individualmente ao outro Sr. Deputado.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Honório.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Cecília Meireles, cumprimento-a pela sua
intervenção e, dado que também o CDS veio aqui cantar os parabéns à troica, queria começar por lhe
perguntar o que aconteceu a esse CDS, quase que poderíamos dizer a esse velho CDS que há dois anos era
um convicto defensor dos pensionistas, um partido com compromissos eleitorais muito claros que estaria ao
lado dos mais pobres, dos mais velhos e dos mais debilitados até ao fim dos seus dias! O que é que
aconteceu ao partido dos contribuintes?! O que é que aconteceu a este velho CDS, Sr.ª Deputada?!
A verdade é que o Sr. Ministro Paulo Portas é hoje um Ministro numa espécie de estado político comatoso
e talvez nos possa dizer quando considera previsível que ressuscite! O CDS deixou de poder fazer aquela
habilidade com que nos habituou aqui no debate parlamentar de ser oposição num dia, governo no outro…
Quando considera possível que o Sr. Ministro Paulo Portas ressuscite? É quando for feito um violentíssimo
ataque às pensões e às reformas?! Quando esse ataque for feito retroativamente?! Quando a confiança social
para com o Estado for completamente desmoronada com as políticas deste Governo? É nessa altura que
Paulo Portas vai ressuscitar deste estado comatoso?!
Vozes do BE: — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Mais: diz a Sr.ª Deputada que nem tudo correu bem. Não, Sr.ª Deputada,
correu tudo muitíssimo mal. O que o CDS deve, hoje, responder é que tem responsabilidade, face aos
compromissos assumidos há dois anos, perante o ataque brutal ao Estado social, perante este corte
violentíssimo de 4800 milhões de euros, perante os 30 000 desempregados na função pública, perante os
cortes nas pensões e nas prestações sociais.
E esta política engenhosa, através da qual se considera que destruir o consumo das famílias, destruir o
mercado interno, atacar os salários, fazer definhar as pequenas e médias empresas que estão viradas para o
mercado interno, há de trazer, um dia qualquer, uma luz — porventura, também por inspiração divina…! — em
que o investimento se virará para o mercado externo e para o setor exportador, tem alguma sustentabilidade,
Sr.ª Deputada? Acha que este é um plano com alguma exequibilidade? Os senhores vão conseguir levar o
frenesim deste plano até ao fim quantos milhões de desempregados depois?! Quantos mais pensionistas
reduzidos à pobreza é que são precisos para vos satisfazer?!
A pergunta que faço é mesmo esta: Sr.ª Deputada, o que é que aconteceu ao velho CDS, que está, hoje,
de facto, comprometido com o ataque às pensões, com o ataque às prestações sociais, com a destruição
violenta do Estado social e de todos os trabalhadores da função pública?
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro
Jesus Marques.