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17 DE MAIO DE 2013

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A motivação dessa alteração baseou-se na constatação de que o serviço prestado à Marinha era

deficiente, quer no cumprimento de prazos quer nos custos associados, verificando-se também

condicionamento à capacidade de gestão autónoma e flexível dos meios disponíveis, aliás, tal como foi então

afirmado no decreto-lei que criou o Arsenal do Alfeite.

Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias.

Ora, é para este mesmo modelo, que se verificou ser desajustado às necessidades da Marinha, que o PCP

e o Bloco pretendem regressar.

Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Passados pouco mais de três anos, importa fazer uma breve

análise da evolução da empresa e a avaliação do cumprimento dos objetivos definidos.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Veja lá no que se vai meter!

O Sr. António Prôa (PSD): — A questão económica e financeira é a mais delicada. Aparentemente,

constitui um indicador de insucesso da empresa.

No entanto, se nos detivermos um pouco mais, podemos verificar que, na origem dos resultados menos

positivos, está uma previsão irrealista do volume de negócios previsto no contrato de concessão e que não se

verificou, como também o constrangimento financeiro imposto pelo Memorando de Entendimento a que o País

está sujeito e, não menos relevante, o facto de o anterior Governo ter descapitalizado o Alfeite em favor dos

Estaleiros Navais de Viana do Castelo, desviando 17 milhões de euros de um lado para o outro, agravado

ainda pelo facto de o plano de reembolsos prever a reposição no período de um ano, facto que nunca se

concretizou.

No que diz respeito ao nível de serviço, nomeadamente o cumprimento de prazos e de orçamentos,

verificou-se uma evolução muito significativa, aumentando a confiança na empresa, fator fundamental para

atrair novos clientes.

Também relativamente à diversificação de clientes, apesar da fragilidade económica e da conjuntura

internacional adversa, foi possível verificar o sucesso da internacionalização da empresa com um contrato

importante com a Marinha do Reino de Marrocos.

Risos do PCP.

Por tudo isto, Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, o Grupo Parlamentar do PSD entende não haver

vantagem em fazer regressar o Arsenal do Alfeite a um modelo que se verificou não ser o adequado aos

interesses da Marinha e do País…

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. António Prôa (PSD): — … porquanto é a sua natureza empresarial que permitirá diversificar clientes,

obter encomendas e garantir o financiamento das suas atividades.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Falso!

O Sr. António Prôa (PSD): — O discurso sobre o mar (e a sua importância central para a estratégia de

desenvolvimento do País e para o reforço da nossa soberania) tem de ser coerente e, para o PSD, importa ser

concretizado.

Para além de reconhecer desígnios, importa utilizar o potencial que Portugal foi acumulando ao serviço de

uma estratégia de aposta no mar.

É nesta exata medida que o Arsenal do Alfeite deve ser encarado como um ativo estratégico para o País,

colocando ao serviço do interesse nacional o seu know-how, ao invés de ser limitado no seu desenvolvimento,

constituindo um encargo também para a Marinha.