1 DE JUNHO DE 2013
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Neves dos Santos e outros, solicitando à Assembleia da República a manutenção de Bogas de Baixo como
freguesia do concelho do Fundão, 231/XII (2.ª) — Apresentada pelo Movimento «Por Vale de Vargo, Freguesia
Sempre-, solicitando à Assembleia da República a revogação de toda a legislação que vise a extinção, fusão
ou agregação de freguesias, prevista na Lei n.º 22/2012, de 30 de maio, 233/XII (2.ª) — Apresentada pela
Comissão Municipal de Acompanhamento do Processo de Defesa da Manutenção das Seis Freguesias do
Concelho do Seixal, rejeitando a reforma da administração local, bem como a reorganização administrativa
territorial autárquica proposta pelo Governo, 206/XII (2.ª) — Apresentada pelo Grupo Alcaides de Faria —
Associação de Pesquisa e de Investigação Histórica e Arqueológica, solicitando à Assembleia da República o
respeito pelo património imaterial da freguesia de Santa Maria de Faria e da marca Faria para que não seja
exclusivamente superado pelos parâmetros demográficos e económicos, no contexto da agregação das
freguesias rurais, 226/XII (2.ª) — Apresentada pela freguesia de Vila do Carvalho, solicitando à Assembleia da
República a não agregação da freguesia de Vila do Carvalho, e 234/XII (2.ª) — Apresentada por João Paulo
Gomes Baptista Lopes e outros, manifestando-se contra a agregação da freguesia de Vila do Carvalho.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Vitorino.
O Sr. Bruno Vitorino (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Saúdo todos, em especial os 15
000 portugueses que assinaram esta petição nos concelhos de Serpa, Seixal, Fundão, Covilhã e Barcelos.
Este é um processo que não surge «porque sim». É um processo que ao longo dos tempos tem vindo a ser
falado por imensos dirigentes, governantes de vários partidos, que falaram da necessidade de reestruturar as
freguesias quanto às suas competências e quanto ao mapa territorial.
Temos, por exemplo, o caso de António Costa, Presidente da Câmara de Lisboa, que, com a posição
responsável do PSD, conseguiu fazer uma reforma tranquila em Lisboa e bastante importante para a cidade,
onde a identidade das populações não se perdeu.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Bruno Vitorino (PSD): — Alfama ou a Mouraria mantêm a sua identidade. Antes não eram
freguesias e essa identidade das populações mantém-se. Essa era também uma falsa questão que foi muito
propagandeada.
Mas era também objetivo do anterior Governo. Por isso, o anterior Governo, no programa que assinou com
a troica, se comprometeu, até julho de 2012, a desenvolver, e vou citar, «um plano para reorganizar e reduzir
significativamente o número de autarquias.» Ou seja, o Partido Socialista, o anterior Governo, comprometeu-
se, em nome do Estado português, com a redução significativa do número de autarquias.
As autarquias locais ou são municípios ou são freguesias.
Se hoje estão contra a agregação das freguesias, é caso para perguntar, então, quais seriam os municípios
que iriam agregar, quantas seriam as autarquias que iriam agregar. Metade das autarquias existentes, como
chegou a afirmar o ex-Ministro Silva Pereira? Porventura!
O atual Governo definiu também, no Livro Verde, que esse ponto do Memorando deveria ser obrigatório
para as freguesias, mas voluntário para os municípios.
Deu-se início a um debate público, no qual a oposição se recusou a participar, dizendo sempre que tinha
muitas ideias, que o seu caminho era diferente, mas nunca apresentou qualquer tipo de proposta ou solução
em concreto. Uma postura diferente da oposição daria lugar, certamente, a uma melhor lei e a um debate mais
sério, mais participado em torno de tudo isto. Porventura, a lei poderia ser melhor. Porém, não foi porque
recusaram fazer esse caminho da seriedade. Tenho pena, mas, naturalmente, têm direito a isso.
Até o líder do Partido Socialista tem direito a dizer agora que é contra a agregação de freguesias, mas, ao
mesmo tempo, afirmava, num jornal do Fundão, que «onde estão quatro freguesias, bem pode ficar uma,
agregam-se os órgãos autárquicos do executivo e da assembleia de freguesia». É uma posição que considero
fabulosa, fantástica, que diz bem da seriedade do Partido Socialista em todo este debate.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.