I SÉRIE — NÚMERO 100
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O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Uma última pergunta: quando é que o Partido Socialista, de
forma responsável, se senta à mesa com o Governo no sentido de discutir a reforma do Estado, que todos
sabemos que tem de ser feita? Uma reforma para o Estado que queremos e que poderemos ter no futuro.
Aplausos do PSD e CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Eduardo Cabrita.
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Fernando Virgílio Macedo, é muito fácil a
resposta que tenho para lhe dar.
Em primeiro lugar, porque, na primeira parte da sua intervenção, fez uma boa síntese do desastre que é a
governação do Governo que apoia.
Em segundo lugar, porque foi muito claro nas razões que nos trouxeram aqui. Portugal devia, em contexto
difícil, estar ao lado da Itália, ao lado da Espanha, ajustando em dificuldade.
Aplausos do PS.
E foi a sede de pote, irresponsável e antipatriótica de quem quis chegar ao poder, que nos pôs ao lado da
Grécia!
Aplausos do PS.
Terceira nota, sobre a alternativa. Este Governo é hoje um Governo pária do diálogo social, em que
ninguém acredita. O que temos é um consenso alargado com a concertação social. Até 2020: estabilidade
fiscal, programa de desenvolvimento, repartição de rendimentos e preços. Para isso, estamos no perímetro
desse consenso.
O lamentável é que para discutir até as revisões do Memorando de Entendimento seja mais fácil falar com
o Ministro das Finanças holandês, que quis ouvir os Deputados desta Assembleia, do que com o Ministro Vítor
Gaspar, que não quer ir à Comissão discutir o Orçamento retificativo.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Não havendo mais pedidos de esclarecimento à intervenção do Sr.
Deputado Eduardo Cabrita, tem agora a palavra, em nome da bancada do PCP, para uma intervenção, o Sr.
Deputado Honório Novo.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Vai ser tipo «granizo», agora!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Ministros, Srs. Deputados: Dias depois de o Ministro
da Economia, Álvaro Pereira, ter apresentado a sua estratégia para o crescimento económico e o fomento
industrial do País, o Sr. Ministro das Finanças deste mesmo Governo veio dar o dito por não dito e entregou no
Parlamento e aos seus tutores de Bruxelas um documento de estratégia orçamental que arrasa qualquer
estratégia de crescimento do País e que amarra Portugal a uma estratégia orçamental que dá continuidade e
que reforça a austeridade obsessiva da troica e do seu Memorando de Entendimento.
Tal como o PSD dizia em março de 2011, e passo a citar: «O Governo não só foi responsável pela situação
de grave crise económica e social que se criou no País, como falhou os objectivos de consolidação
orçamental…»…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Dizia o PSD!…