12 DE JULHO DE 2013
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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Portanto, não contam comigo nem com o CDS para isso.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Portanto, os trabalhadores da ex-ENU sabem com o que contam por
parte do CDS e eu sei com o que conto, porque é tudo clarinho, é tudo cristalino e é tudo transparente.
Em 2010, dissemos que era da mais elementar justiça alargar os direitos dos trabalhadores que
trabalhavam nos anexos, nos serviços administrativos e nas zonas circundantes aos trabalhadores das minas.
E o que é que fizemos? Votámos a favor, contra a vontade do Partido Socialista, que agora vem com uma
retórica digna de quem tem um grande peso na consciência. Foi, pois, preciso esperar que o PS não tivesse
maioria absoluta para desbloquear uma solução que atentava contra as mais elementares justiças dos
trabalhadores e foi com o apoio do PSD, do CDS e das bancadas de esquerda que esse problema se
resolveu.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Também o acesso a médico gratuito foi aprovado nessa mesma lei.
Agora, legitimamente, outras bancadas resolvem dar mais um passo.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Agora?!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Agora, ou no passado. São sempre as bancadas do PCP, de Os
Verdes e do Bloco de Esquerda— honra lhes seja feita — que estão sempre disponíveis para aproveitar o
sofrimento alheio para fazerem mais um espetáculo de política sem sentido.
Protestos do PCP, do BE e de Os Verdes.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Tenha vergonha!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Mas não é esse o caso do CDS. E os ex-trabalhadores das minas da
Urgeiriça sabem-no, porque eu vou lá várias vezes. Normalmente aceito os convites, normalmente oiço os
trabalhadores, não tenho é coragem de defraudar expetativas, nem de os enganar, nem de lhes dar ilusões,
porque é isso que eles não querem nem pedem.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Portanto, o que eu acho que se deve fazer a partir de agora — e o CDS
considera que muito já foi feito —, é ser-se mais rigoroso, mais criterioso. O rigor é a melhor forma de justiça.
Quem quiser fica na luta, mas o CDS não acompanhará essa prática. Quem quiser resolver o problema dos
ex-trabalhadores recorrendo a critérios justos, rigorosos, científicos, da mesma maneira que o fizemos com a
lei de 2010… Havia propostas de cinco, de seis anos, e nós socorremo-nos dos estudos científicos para dizer
que trabalhadores com vínculo até quatro anos ligados à empresa mereciam ter o mesmo tratamento que os
outros que tinham saído eventualmente mais cedo ou mais tarde. E porquê? Porque, cientificamente,
justificava-se. Tinha de ser uma exposição prolongada, uma exposição permanente, e essa, sim, causava
danos e comportava riscos.
Portanto, o que fazemos é escudar-nos em critérios obviamente científicos, em critérios objetivos e de rigor.
É nesta posição que nos mantemos, sem fazermos mais nenhuma promessa, pelo que mais nada nos pode
ser exigido sobre esta matéria.
Por isso, quero dizer, para que também não haja qualquer dúvida, que não votaremos favoravelmente
nenhum dos outros projetos de resolução. Digo-o para que não fique aqui a ideia de alguém que tem pesos na
consciência e não os quer resolver. Por parte do CDS, não haverá textos conjuntos. Digo isto com esta clareza