25 DE JULHO DE 2013
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O Sr. Jorge Machado (PCP): — Concluo já, Sr. Presidente.
O Memorando de Entendimento, o pacto de agressão prevê o congelamento do salário mínimo nacional e
VV. Ex.as
, aqui d’el Rei, ninguém toca no salário mínimo nacional!
Todos os parceiros sociais estão de acordo: é injusto, é inaceitável manter este salário mínimo nacional de
432 € líquidos. Mas VV. Ex.as
prestam vassalagem à troica e mantêm esta situação verdadeiramente
inaceitável!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues) — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana
Aiveca, do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Confesso que não percebi muito
bem a intervenção do Sr. Deputado Guilherme Silva.
O Sr. António Braga (PS): — Também não era para perceber!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Mas posso fazer já algumas leituras, e corrigir-me-á se assim não for.
O Sr. Deputado evocou aqui a sensibilidade social da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da
Madeira e eu pergunto-lhe se isso também se aplica à bancada do PSD neste momento, na Assembleia da
República. Isto porque, de facto, os senhores têm chumbado aqui todas as propostas de aumento do salário
mínimo nacional, em contraciclo com o que foi o acordo de concertação social de 2006, que previa que, em
2011, o valor do salário mínimo nacional fosse de 500 €.
Portanto, não se entende muito bem esta posição do PSD, mas atrever-me-ia a dizer que os senhores
querem estar bem com todos os lados. Mas importa que tomem, aqui e agora, a posição de assumir o
aumento do salário mínimo nacional.
Todos percebemos, porque esta discussão já aqui foi travada muitas vezes, que é uma questão de justiça
social. Há trabalhadores e trabalhadoras que, ganhando 485 €, estão, em termos líquidos, abaixo do limiar da
pobreza. As confederações patronais já disseram bastas vezes que o aumento do salário mínimo nacional não
interfere com a competitividade das empresas; bem pelo contrário, é fator de dinamização da procura interna,
é fator de reposição das dificuldades das pessoas.
Não se percebe, também, esta diferença de análise sobre o salário mínimo feita pelos Srs. Deputados Artur
Rêgo e Guilherme Silva.
Disse-nos o Sr. Deputado Artur Rêgo que o CDS tem toda a abertura nesta questão, mas que ela é da
exclusiva competência da concertação social. Na nossa perspetiva — e creio que em todas as perspetivas
presentes —, não é, Sr. Deputado! Esta questão é da competência do Governo, e agora a sua bancada até
está numa situação de privilégio, uma vez que quem tem de decidir este aumento será o Ministro do CDS
Pedro Mota Soares, porque ficou também, na «remodelaçãozinha», com esta pasta.
Depois, disse-nos o Sr. Deputado Guilherme Silva: «Temos em conta a concertação social, mas a
competência é nossa».
Vamos lá ver se se entendem, porque convém que se entendam relativamente a esta matéria. O que não
vale é dizer uma coisa na Madeira (a proposta que hoje discutimos foi aprovada por unanimidade) e, depois,
virem aqui dizer outra!? Sinceramente, para dizerem a mesma coisa, só podem ter uma atitude, que é votarem
favoravelmente esta proposta de lei, que é o que o Bloco de Esquerda vai fazer.
Aplausos do BE.
Entretanto, reassumiu a presidência a Presidente Maria da Assunção Esteves.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, de Os
Verdes.