I SÉRIE — NÚMERO 115
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Da parte Partido Socialista, vamos continuar atentos à realidade, junto dos portugueses e a dialogar com
as forças vivas da sociedade, de modo a proporcionarmos ao País e os portugueses uma esperança que este
Governo, certamente, não poderá dar nem está a transmitir a todos os portugueses.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Queira fazer o favor de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Jacinto Serrão (PS): — Termino já, Sr. Presidente.
O Partido Socialista não vai abdicar das suas responsabilidades e, por isso mesmo, vamos continuar a lutar
por aquilo que sempre defendemos para bem do País e dos portugueses e para a resolução dos problemas
que são sentidos, neste momento, pelo que votaremos, naturalmente, a favor desta iniciativa.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Artur Rêgo,
do CDS-PP.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O CDS já teve oportunidade de
dizer publicamente que a subida do salário mínimo nacional era uma questão que dizia respeito à concertação
social. Portanto, não é verdade, Sr. Deputado Jacinto Serrão, que o CDS seja contra a subida do salário
mínimo nacional. Sobre isso já nos pronunciámos.
Há anos, em sede de concertação social, foi acordada a subida progressiva do salário mínimo nacional até
atingir o montante de 500 €. Sabemos que foi feito esse acordo, mas também sabemos que foi o Partido
Socialista que, nos seus últimos anos de governação, suspendeu a aplicação dessa subida. Na altura,
compreendemo-lo, pois havia questões de governação, que tinham a ver com a situação financeira do País e
com o estado da economia, que levaram o Governo do PS a entender suspender a aplicação desse acordo.
Desde então, as condições do País não melhoraram. Mas, já nos manifestámos dispostos a rever a subida
do salário mínimo e a rever essa situação, mas dizemos, claramente, que essa iniciativa cabia aos parceiros
sociais.
Os parceiros sociais — é verdade, Sr. Deputado —, em declarações à imprensa e fora da sede da
concertação social, já manifestaram essa vontade, tanto da parte das centrais sindicais como da parte de uma
série de confederações patronais. Mas o que é facto é que não foi dada sequência em sede interna de
concertação social nem estabelecido o acordo para que fosse feita a recomendação ao Governo para legislar
nesse sentido e retomar o aumento do salário mínimo.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Quando isso acontecer, o CDS cá estará para tomar posição e,
certamente, não irá contra o que for decidido pelos parceiros sociais.
Portanto, quanto a isso estamos completamente à vontade, o nosso discurso é perfeitamente límpido,
transparente e linear e, quando chegar a altura, honraremos o que sempre dissemos nesta bancada.
Todavia, não compete — com o devido respeito — a um governo regional, a uma assembleia regional
substituir-se aos parceiros sociais, substituir-se ao Governo do País…
Protestos do Deputado do PS Jacinto Serrão e da Deputada de Os Verdes Heloísa Apolónia.
… e vir, com iniciativas desta natureza, querer legislativamente aumentar o ordenado mínimo nacional, sem
que haja por trás uma deliberação nesse sentido tomada em sede de concertação social.
Vozes do CDS-PP: — Claro!