10 DE JANEIRO DE 2014
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O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O PSD tem como objetivo
com estas suas propostas apresentar e, sobretudo, materializar no plenário do Conselho Económico e Social
as novas realidades da sociedade portuguesa.
Por isso, pretende, em particular, e ao mesmo tempo, criar oportunidade para que representantes dos
reformados e dos pensionistas mas também dos jovens, através do Conselho Nacional de Juventude, passem
a ter voz dentro do plenário do Conselho Económico e Social com o objetivo de estarem presentes nas
discussões mais importantes que têm lugar na sociedade portuguesa.
Entendemos que a solidariedade intergeracional é sempre, e só assim faz sentido, uma via com dois
sentidos. Por isso, apresentámos esta proposta para que jovens e menos jovens, ao mesmo tempo, tenham
lugar no plenário do Conselho Económico e Social.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Aproveitámos também para atualizar e fazer espelhar melhor no
Conselho Económico e Social as novas realidades do tecido empresarial e dos trabalhadores na sociedade
portuguesa. É por isso que criamos a oportunidade para que o movimento sindical e os novos movimentos
empresariais também possam estar representados no Conselho Económico e Social, propondo a passagem
de 8 para 10 representantes, deixando, assim, ao Conselho Económico e Social, e sobretudo ao seu processo
concursal, a escolha, de forma consensual e por processo previsto, dos novos representantes, quer dos
reformados, quer das empresas, quer dos sindicatos.
Curiosamente, é precisamente no dia em que o Partido Socialista apresenta o seu novo rumo e a sua nova
proposta de consenso social, que vem para este debate com um discurso virulento e agressivo, ao contrário
do Bloco de Esquerda e de Os Verdes, que, tal como nós, estão disponíveis para chegarem a um consenso
por uma reforma tão importante, num órgão tão fundamental, para o consenso social em Portugal. É essa lição
que devemos retirar deste debate.
Portanto, o PSD está disponível para que todas estas propostas, sem exceção, mesmo a do PS, possam
baixar à respetiva comissão e serem discutidas na especialidade para, assim, os parceiros poderem
eventualmente juntar novas propostas e fazer-se uma reforma do Conselho Económico e Social adequada à
nova realidade da nossa sociedade e, sobretudo, que espelhe ainda melhor a representatividade dos vários
atores da sociedade portuguesa. Queremos, por isso, que jovens, menos jovens, sindicatos e empresas
possam ter uma nova oportunidade para representar melhor a sociedade portuguesa numa mesa tão
importante para a paz social em Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Pisco.
O Sr. Paulo Pisco (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O PS considera e sempre considerou de
elementar justiça consagrar a participação dos representantes dos portugueses residentes no estrangeiro no
Conselho Económico e Social, ao contrário do que o PSD, nos seus delírios exclusivistas, pretende fazer crer.
O Sr. Carlos Alberto Gonçalves (PSD): — É a verdade pura!
O Sr. Paulo Pisco (PS): — Isso também significa o reconhecimento da importância que as nossas
comunidades devem ter na vida nacional. É o próprio Conselho Económico e Social que defende a
necessidade de alargar os processos de discussão e de decisão a novos participantes, precisamente porque
enquanto órgão consultivo, que congrega inúmeros setores da sociedade, representa como nenhum outro o
interesse e a sensibilidade geral, para além de refletir uma visão de conjunto fundamental para os processos
de decisão. É por isso que não se compreende que um universo tão relevante como o dos portugueses
residentes no estrangeiro, que mantêm uma ligação afetiva e material ao País, não esteja ainda representado
num órgão tão relevante para a formatação das políticas públicas, entre as quais também se devem incluir,
inquestionavelmente, as que estão relacionadas com as comunidades portuguesas e com a emigração.