10 DE JANEIRO DE 2014
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Aplausos do PSD.
Mas, infelizmente, o Partido Comunista, o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda não ficam por aqui.
Intelectualmente desonestos, continuam a acusar o Governo e a maioria de, camufladamente, pretenderem
criar uma antecâmara, uma prateleira prévia do despedimento, quando sabem muito bem que, por essa lei, tal
é impossível.
Finalmente, e porque o Partido Comunista insiste em falar em despedimentos que não existem, no caso
concreto não podemos deixar de confrontar aqui o Partido Comunista com a sua hipocrisia e dissimulação.
Quando os despedimentos, supostamente, ocorrem na Administração Pública, diz o PCP: «É para
favorecer os grandes interesses e os grandes grupos económicos». Quando os despedimentos ocorrem nas
empresas privadas, diz o Partido Comunista: «Isso é um roubo à dignidade dos trabalhadores». Quando os
despedimentos ocorrem numa estrutura sindical, diz o PCP: «Isso é sinónimo de dificuldades».
Quando os despedimentos se equacionam no próprio Partido Comunista, diz o PCP: «São medidas de
contenção da despesa da estrutura».
Estamos esclarecidos, Srs. Deputados!
Aplausos do PSD.
Protestos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Artur Rêgo.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Começava por responder ao
Partido Socialista.
Noto, pelo segundo dia consecutivo, que o Partido Socialista, à falta de substância, inaugura um novo estilo
barroco e rococó, até com finais épicos: nada diz, mas fala de forma muito empolada.
Risos do CDS-PP.
Sr. Deputado António Gameiro, ao barroco responde-se com factos, e eu vou referir apenas dois para,
depois, poder passar adiante.
Como bem lembrou o próprio Partido Comunista Português no diploma que estamos apreciar, foi o Partido
Socialista que criou o regime da mobilidade, não foi esta maioria.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Foram vocês todos juntos! Foram todos!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Esse é o primeiro facto que refiro.
Quanto à reforma do setor público empresarial, Sr. Deputado, relembro também que foi o Partido Socialista
que criou empresas públicas e municipais a esmo com o intuito de para aí chutar dívidas de milhares de
milhões de euros, de modo a ficarem fora do perímetro do Orçamento do Estado e ninguém saber da
existência desse buraco.
Vozes do CDS-PP: — Bem lembrado!
O Sr. António Gameiro (PS): — Falso!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — E é precisamente o atual Governo que anda a extingui-las e a reorganizar
o setor empresarial do Estado.
No que respeita à matéria que estamos a apreciar, relembrava o Partido Comunista Português, com toda a
calma, que o Tribunal Constitucional não chumbou nenhum diploma, apenas considerou que duas normas do
diploma, algumas alíneas dessas normas, violavam a Constituição.