I SÉRIE — NÚMERO 39
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O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — O Tribunal Constitucional veio dizer, como está no acórdão, que é
admissível a convergência, que são admissíveis cortes desde que estejam inseridos num plano de fundo de
um programa de reforma da segurança social como um todo para garantir a sua sustentabilidade; e admite os
cortes atendendo a situações de emergência social e económica do País.
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Mas a medida apresentada foi considerada inconstitucional!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Portanto, gostaria de chamar a atenção para este ponto.
O Sr. João Galamba (PS): — Pensei que ia acabar por dizer que a medida não era inconstitucional!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr. Deputado, primeiro conclua a sua conversa com Olli Rehn e depois fale
comigo!
Quanto à consciência social do CDS e deste Governo, eu gostaria de dizer que a mesma está bem
presente. De resto, os Srs. Deputados irão ter oportunidade de ver essa consciência presente na resposta do
Sr. Ministro.
Sr. Ministro, em relação aos cortes e ao aumento da CES, gostaria de perguntar-lhe quantos pensionistas
do regime geral da segurança social vão ficar isentos de pagamento da CES com estas medidas. Mesmo no
que diz respeito à Caixa Geral de Aposentações,…
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — São pensões de miséria!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … gostaria que o Sr. Ministro esclarecesse, se tiver aqui esses dados, se a
CES vai abranger todos os reformados da CGA ou, se não, qual a percentagem que ficará isenta de
contribuição para a CES.
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Cobram IMI a quem não tem casa!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Finalmente, gostaria de perguntar-lhe, Sr. Ministro, se a CES corresponde
a um aumento de imposto ou se, atendendo ao seu destino, irá reverter inteiramente a favor dos próprios
sistemas de proteção social, contribuindo, portanto, para a sua sustentabilidade futura.
Aplausos CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro.
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Sr. Presidente, começo por responder
à pergunta feita pelo Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, que, evidentemente, agradeço.
Sr. Deputado, a opção que o Governo traz hoje ao Parlamento não é a primeira opção do Governo, e
pensamos que é importante dizê-lo aqui de forma clara.
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — A primeira era ilegal!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Sr. Deputado, gostava de lhe
relembrar um aspeto que me parece importante neste debate: em 2011, no âmbito do anterior Governo, antes
das eleições que colocaram a atual maioria neste Parlamento, foi pedido um esforço a pensionistas que
recebiam pensões de 200 €. Porquê? Porque com o congelamento das pensões,…
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Tenha vergonha!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — … esses pensionistas perderam, só
nesse ano, 2,2% do seu rendimento.