I SÉRIE — NÚMERO 41
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Mas, uma vez que já passaram mais de 20 anos sobre a sua publicação, é também tempo de proceder a
alguns ajustamentos que permitam assegurar alguma justiça social, que se pretende com a renda social e que
esteve, aliás, na origem deste diploma.
É necessário, nomeadamente, proceder à alteração da fórmula de cálculo do valor da renda apoiada, de
forma a ter em consideração a dimensão do agregado familiar.
É necessário proceder à definição de um novo limite de taxa de esforço permitida, com o objetivo de se
passar a ter em conta os rendimentos líquidos auferidos, como, aliás, já sucede em muitas habitações sociais
de natureza municipal, em vez dos rendimentos ilíquidos, como estabelece o regime atual.
É ainda necessário atualizar o conceito de agregado familiar, de modo a abranger novas formas legais de
família, como a união de facto.
E é necessário colmatar a lacuna do atual regime no que diz respeito ao acesso à habitação social, cuja
atribuição em regime de renda apoiada deverá obedecer a critérios uniformes e, sobretudo, transparentes e
que levem em consideração as condições económicas nos agregados familiares — isto é absolutamente
fundamental.
Portanto, Os Verdes acompanham os propósitos dos peticionantes relativamente aos dois objetivos e
também manifestam abertura para votar a favor de todas as iniciativas legislativas que, em seu entender,
possam vir, de uma forma ou de outra, ao encontro das pretensões dos peticionantes e da petição que agora
estamos a discutir.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma segunda intervenção, com o poder de síntese adequado
ao tempo de que dispõe, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Diz o CDS que este assunto sempre
foi uma preocupação sua. Pois foi, Srs. Deputados! Vê-se bem!… A Ministra Assunção Cristas, que, tanto
quanto sei, ainda é do CDS, conseguiu deixar a pasta sem resolver o problema, que é muito preocupante. Em
2011, prometeu resolver o problema; em 2012, prometeu resolver o problema; e, em 2013, prometeu resolver
o problema, mas deixou a pasta, e nada feito.
É preciso respeitar as pessoas, as pessoas merecem respeito, diz o Sr. Deputado António Prôa. É isso
mesmo! E é exatamente porque as pessoas merecem respeito…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — … que temos de resolver este problema.
A irresponsabilidade não está do lado do Bloco de Esquerda, que tem apresentado sempre alternativas. Se
há aqui alguém irresponsável é o PSD, cujas ideias para alterar este regime de renda apoiada não se
conhecem.
Por isso mesmo, Sr.as
e Srs. Deputados, se é preciso respeitar as pessoas, então vamos suspender a
aplicação de uma lei que é injusta, até que se resolva o problema, e não sacrificar a população com mais
aumentos.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Isto é que era responsabilidade.
Infelizmente, as bancadas do PSD e do CDS, mais uma vez, viram as costas à resolução do problema e
aos moradores.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Carla Cruz, a quem peço igualmente a maior brevidade.