31 DE JANEIRO DE 2014
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados e Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 6 minutos.
Podem ser abertas as galerias.
Hoje não há expediente para anunciar.
Peço aos Srs. Deputados que ainda não tomaram os seus lugares o favor de o fazerem para criarmos
condições de forma a podermos escutar a intervenção do primeiro orador da tarde.
Pausa.
O primeiro ponto da ordem do dia consta da discussão conjunta do projeto de resolução n.º 759/XII (2.ª) —
Recomenda ao Governo a criação de um regime específico de navegação nos estuários dos rios (PSD), do
projeto de lei n.º 495/XII (3.ª) — Institui um regime especial de defesa e valorização das embarcações
tradicionais portuguesas enquanto património cultural nacional (PCP), na generalidade, e do projeto de
resolução n.º 924/XII (3.ª) — Libertação da via da água e transporte não regular em estuários (PCP).
Os partidos autores das iniciativas dispõem de mais 1 minuto, como é habitual.
Encontram-se inscritos, para apresentar estas iniciativas, os Srs. Deputados Nuno Filipe Matias, pelo PSD,
e Bruno Dias, pelo PCP.
Estão ainda inscritos para intervir os Srs. Deputados Jorge Fão, do PS, João Viegas, do CDS-PP, e Helena
Pinto, do BE.
Para uma intervenção, pelo PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Filipe Matias.
O Sr. Nuno Filipe Matias (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Portugal tem a sua força e
genética ligada de forma inseparável à força da natureza que é a água, o mar e os espaços marítimos dos
nossos rios.
O nosso País aproveitou, ao longo de toda a sua História, esta ligação única e privilegiada para fazer dela
janela de oportunidade para potenciar crescimento, conhecimento e desenvolvimento.
Ao longo da nossa vida, enquanto nação, fomos audazes e tivemos sucesso quando aproveitámos estas
potencialidades.
Sabemos que a economia do mar e áreas associadas representa direta ou indiretamente cerca de 11% do
PIB, 12% do nosso emprego e 17% dos impostos indiretos na economia portuguesa. Sabemos que temos
condições naturais únicas e excecionais. Mas sabemos também que existe valor económico, social e
ambiental associado que não pode ser menosprezado.
E é partindo desta noção das potencialidades que temos, da necessidade de preservar o nosso património,
mas também de alavancar atividades e economias locais que levou a que o Grupo Parlamentar do PSD
apresentasse este projeto de resolução, que defende a criação de um regime específico de navegação nos
estuários dos nossos rios.
Trata-se de um trabalho, é bom recordar em nome da honestidade intelectual, que resultou de uma
preocupação conjunta que foi partilhada por um número alargado de associações ligadas a estes sectores,
que aproveito para cumprimentar e agradecer, na pessoa do Prof. Carvalho Rodrigues, um português que
sempre nos habituou a alargar horizontes com ambição.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Este projeto procura mostrar que a realidade dos nossos rios e dos
seus estuários se enriquece no exato momento em que reconhecemos que a aposta na revitalização das
nossas frentes ribeirinhas, no apoio à preservação das nossas embarcações típicas, no estímulo à atividade
turística associada, bem como na alavancagem das atividades locais a dinamizar é um passo essencial, de
forma a que, desde o transporte fluvial não regular, de carácter turístico, à construção naval, às pescas, ao
turismo, à energia das marés, à biotecnologia, à alimentação e mesmo à medicina, possamos e devamos ter
nestas riquezas verdadeiras janelas de oportunidade que é fundamental enquadrar, apoiar, regulamentar e
incentivar para devolver uma estratégica e lógica, objetiva e coerente, que potencie a visão de crescimento de
uma verdadeira economia do mar e de proximidade, que seja indutora de desenvolvimento nas áreas
ribeirinhas e que seja de desenvolvimento social e civilizacional das nossas gentes.