7 DE FEVEREIRO DE 2014
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Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, em nome da
bancada do Bloco de Esquerda, quero saudar os peticionários e peticionárias, os mais de 5000 cidadãos e
cidadãs que dirigiram esta petição à Assembleia da República cujo objetivo se centra na redução da
subvenção política, no caso concreto para as eleições autárquicas, e penso que é sobre isto que a Assembleia
da República deve pronunciar-se.
Gostaria de deixar clara a posição do Bloco de Esquerda, dizendo que, para nós, a democracia tem custos,
as campanhas eleitorais têm custos, o esclarecimento e a divulgação das opiniões e das propostas dos
partidos e dos candidatos e candidatas fazem parte da democracia. São, aliás, essenciais para a democracia e
as subvenções públicas — sublinho «públicas» — servem exatamente para isso. Esta questão deve ficar
absolutamente clara!
Dito isto, e em relação aos outros aspetos, Sr.as
e Srs. Deputados, gostaria de me reportar ao relatório da
petição, que é muito claro e que faz a descrição das várias iniciativas que foram apresentadas no Parlamento
e que visaram alterar o valor quer das subvenções quer dos limites da despesa das campanhas eleitorais.
Como se pode verificar pelo próprio relatório, o Bloco de Esquerda fez sempre propostas no sentido da
redução das verbas, mas, infelizmente, essas propostas foram sempre chumbadas pelos partidos da maioria.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É verdade!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — O Bloco de Esquerda apresentou, em 2010, um projeto de lei nesse sentido,
havendo também um projeto de lei apresentado pelo PCP, mas quer o Bloco de Esquerda quer o PCP
votaram contra o texto final elaborado em sede de Comissão, porque consideraram que os seus projetos de lei
tinham sido adulterados. Mas o Bloco de Esquerda continuou a apresentar propostas e, em 2013, em sede de
especialidade, apresentou propostas no sentido de que a alteração fosse uma redução de 50% no montante
da subvenção das campanhas eleitorais bem como dos limites das despesas dessas mesmas campanhas.
Dito isto, gostaríamos de transmitir aos peticionários e às peticionárias — que, aliás, tiveram acesso ao
relatório e que, por isso, leram bem toda a descrição do processo legislativo na Assembleia da República —
que consideramos que têm razão na proposta que fazem. Sim, é possível ainda reduzir-se estes montantes, e
o Bloco de Esquerda voltará a esta questão assim que for oportuno e assim que seja possível.
Termino sem deixar de dizer que também nas campanhas eleitorais, nomeadamente na última campanha
para as eleições autárquicas, embora estes limites não estivessem impostos por lei, é possível ver quem teve
um comportamento no sentido de reduzir as despesas, nomeadamente na propaganda eleitoral, e quem não
teve. E os eleitores e as eleitoras têm de olhar para as campanhas eleitorais e de retirar conclusões que têm
de ter um peso nas escolhas que fazem no momento do voto.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília
Meireles.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Começo esta intervenção
cumprimentando os peticionários pela iniciativa que tiveram oportunidade de trazer a esta Câmara sobre a
questão das subvenções das campanhas de forma geral, e, no caso concreto, da campanha para as eleições
autárquicas de 2013.
Pena é que estejamos a discutir esta petição quando essas eleições autárquicas já estão bem no passado
e até depois de a lei a que esta petição se referia já estar alterada e ultrapassada.
Em todo o caso, vale a pena discutir um bocadinho sobre o financiamento das campanhas e o papel que
esse financiamento deve ter.