I SÉRIE — NÚMERO 48
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poderia ser feita contra os operadores. Não se poderiam nunca perpetuar contenciosos, não se poderiam
nunca perpetuar conflitos entre a legislação e os operadores.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Só para roubar aos trabalhadores é que podem ser contra os trabalhadores!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Todo este processo tinha de ser feito com os operadores. Foi
isso que foi feito e é isso que está a ser feito.
Agora, Sr. Secretário de Estado, o que gostava de lhe perguntar era em que é que se refletem estas
alterações que agora propõe, concretamente em relação ao ano de 2013 e aos concursos de 2013. Estes
concursos foram ou não atrasados? Não estão atrasados? Quantos agentes é que ainda estão em falta em
relação ao financiamento e, se estão, há ainda algumas entidades em falta, há algumas operadoras que ainda
não tenham pago?!
Em relação a 2014, gostava de saber se vai haver, de facto, algum aumento das verbas para o
financiamento do audiovisual e do cinema e quando é que vão abrir os concursos para 2014.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — É que é preciso olhar para este setor e para este tema mais em
termos de futuro, para ver se o cinema e o audiovisual têm capacidade e possibilidade de se financiarem, para
se tonarem sustentáveis.
Esse é que é foco da questão, pelo que gostava que o Sr. Secretário de Estado explicasse à Câmara o que
é que se vai passar nos próximos anos em relação ao cinema e ao audiovisual.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Secretário de Estado da Cultura.
O Sr. Secretário de Estado da Cultura: — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, começo por responder ao Sr.
Deputado Miguel Tiago, pedindo a sua atenção para o n.º 3 do artigo 27.º da Lei n.º 55/2012, que julgo é
aquilo de que estamos a falar.
Sr. Deputado, queria dar-lhe conta do seguinte: como vê, na redação do número do artigo em causa, o que
é dito é que, no ano de 2012, a taxa prevista no n.º 2 do artigo 10.º é devida por inteiro, com base no número
de subscrições evidenciado no relatório publicado pela ICP — Autoridade Nacional de Comunicações
(ANACOM) relativo ao terceiro trimestre de 2012.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Exatamente!
O Sr. Secretário de Estado da Cultura: — Muito bem.
Como também verá, esta lei entrou em vigor em outubro. A eventual possibilidade de se ter ponderado uma
cobrança relativa ao terceiro trimestre de 2102, como sabe, seria sempre uma cobrança retroativa.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Não é, não! O próprio Governo, na altura, disse que não era!
O Sr. Secretário de Estado da Cultura: — Como o Sr. Deputado também sabe, o exercício de cobranças
retroativas não está previsto no contexto da lei em vigor.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Que vergonha! O próprio Governo disse que não era!
O Sr. Secretário de Estado da Cultura: — E não é uma questão de vergonha, Sr. Deputado, é uma
questão de cumprimento da lei.
Posso dizer-lhe também, Sr. Deputado, que, obviamente, na altura, tal poderia ter sido evitado.
Lamentavelmente, não foi, mas essa é a circunstância.