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I SÉRIE — NÚMERO 52

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Mas há outra responsabilidade que os senhores também têm de assumir, Sr. Deputado Feliciano Barreiras

Duarte, e que tem a ver com a vossa atuação no apoio a um Governo que, nos últimos anos, não tem feito

outra coisa senão contribuir para que o processo de desindustrialização vá ainda mais longe. Já aqui foram

referidos, por exemplo, aspetos que têm a ver com o acordo que o Governo português tem dado,

sucessivamente, a medidas e processos concretos que contribuem para estourar com alguns setores

portugueses no plano da indústria, designadamente a acordos de livre comércio, a medidas europeias

relacionadas com as políticas do mercado comum, que, pura e simplesmente, põem em causa, liquidam,

importantes setores da nossa indústria. Os senhores têm sido responsáveis por isso! Acha que não têm de

assumir qualquer responsabilidade, Sr. Deputado Feliciano Barreiras Duarte?!

Mais: há hoje processos concretos em que se traduz este processo de desindustrialização, de liquidação

da nossa indústria, relativamente aos quais os senhores entendem que não têm de intervir. Dou-lhe exemplos

concretos de processos de despedimentos coletivos que estão em curso com o objetivo de desmantelamento

das empresas, empresas que, em alguns casos, estão relacionadas com setores da indústria que deviam e

necessitavam de alguma intervenção por parte do Estado, a começar pelo exemplo recente da KEMET, uma

empresa industrial que produz condensadores de tântalo, em Évora, que tem em curso um processo de

despedimento de mais de 100 trabalhadores, com o objetivo de desmantelar linhas de produção e transferir a

empresa para o México, ao qual o Governo assiste de braços cruzados.

Sr. Deputado, entende que o Governo e a maioria nada têm a fazer em relação a processos que significam

a liquidação de unidades industriais no nosso País?!

Dei-lhe um exemplo mas podia dar-lhe outros…

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Concluo, Sr. Presidente.

Como estava a dizer, podia dar-lhe outros exemplos, como o da Efacec, o da Coelima, processos de

privatizações como o dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, com vista ao desmantelamento de uma parte

importantíssima da nossa indústria, o das minas de Neves-Corvo, entregues a um grupo internacional — a

Lundin Mining —, o processo da MaxamPor, um grupo espanhol que comprou a antiga Sociedade Portuguesa

de Explosivos e que também tem em curso um processo de despedimento coletivo, com o objetivo de

liquidação da indústria.

Sr. Deputado, para quem vem aqui fazer uma declaração política sobre industrialização, o senhor devia

começar por dizer o que estão a fazer para travar a desindustrialização. Temos pena que, sobre isso, nada

tenham a dizer.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Ainda para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado

Hélder Amaral.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Feliciano Barreiras Duarte, quero felicitá-

lo pelo tema muito, muito importante que aqui trouxe e lamentar que, ao desafio de necessário consenso sobre

a matéria da reindustrialização do País, a resposta das oposições seja quase nada.

Ouvimos aqui até uma história engraçada sobre óticas e sobre procuras e vendas de relógios. Estava a ver

que quase condenavam os jogos olímpicos por os caiaques Nelo serem altamente procurados na altura dos

jogos olímpicos,…

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — É uma chatice!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … mas, enfim,…

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Enfim, o quê?!

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