21 DE FEVEREIRO DE 2014
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A abstenção do Bloco de Esquerda funda-se, em primeiro lugar, nas dúvidas subsistentes quanto à
necessidade de alterar o quadro legal vigente, internacionalmente reconhecido e valorizado, e quando as
Diretivas em causa antecipavam a possibilidade de preservação de legislação nacional mais favorável.
Em todo o caso, sublinhamos o esforço efetuado no debate na especialidade, que deu origem a uma
profunda alteração da proposta de lei, com o acolhimento de contributos de todos os grupos parlamentares,
nomeadamente do Bloco de Esquerda, e no sentido de a ajustar às necessidades efetivas destas pessoas, do
reconhecimento dos seus direitos e da rica experiência das organizações que junto delas intervêm como o
Conselho Português para os Refugiados.
Neste contexto, operaram-se melhorias assinaláveis: o Conselho Português para os Refugiados mantem as
suas atribuições de garantia dos direitos dos requerentes de proteção internacional; o efeito suspensivo dos
recursos permanece em situações relevantes, contrariamente ao que a proposta de lei inicialmente
determinava; alguns prazos de defesa são ampliados.
Apesar das alterações à proposta de lei, os artigos 35.º-A (Colocação ou manutenção em centro de
instalação temporária) e 35.º-B (Condições de colocação ou manutenção em centro de instalação temporária)
mereceram o nosso voto contra na maioria dos pontos, com exceção dos que expressamente reforçam as
garantias dos cidadãos.
As Deputadas e os Deputados do Bloco de Esquerda, Cecília Honório — Mariana Aiveca — Catarina
Martins — Helena Pinto — João Semedo — Luís Fazenda — Mariana Mortágua — Pedro Filipe Soares.
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Presenças e faltas dos Deputados à reunião plenária.
A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.