10 DE MAIO DE 2014
7
O Sr. António José Seguro (PS): — … enquanto deste lado sempre ouviu uma opção e uma escolha
completamente diferentes em relação ao País.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — A opção era o buraco negro!
O Sr. António José Seguro (PS): — Mas o Primeiro-Ministro tem de perceber que em democracia isso é
normal — há opções, há escolhas, elas devem ser assumidas e o soberano, que é o povo, na altura certa, dirá
de sua justiça.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Ora!
O Sr. António José Seguro (PS): — Contudo, aquilo em que já não tem escolha é na obrigação de uma
governação limpa, de uma governação decente e de uma governação que presta contas com transparência
aos portugueses.
Aplausos do PS.
Hoje, estávamos todos à espera que o Sr. Primeiro-Ministro trouxesse a carta. Por momentos, pensámos
que o Primeiro-Ministro vinha hoje prestar contas ao Parlamento e que trazia o conteúdo da carta a que o
Governo português se obrigou, ou vai obrigar-se, com o FMI e com as instituições da troica no que respeita ao
futuro, mas não trouxe. Pode ser que ainda durante o debate o Primeiro-Ministro nos diga alguma coisa sobre
o conteúdo dessa carta. É que já estamos habituados a um Governo que diz uma coisa publicamente, mas
que, depois, contrata e assume compromissos com a troica completamente diferentes daquilo que diz no final
de cada avaliação, às escondidas dos portugueses, enganando os portugueses.
Aplausos do PS.
Mas eu também esperava que o Primeiro-Ministro hoje, porque é a sua primeira presença num debate no
Parlamento depois da aprovação do Documento de Estratégia Orçamental, nos tivesse dito alguma coisa
sobre a estratégia orçamental,…
O Sr. José Junqueiro (PS): — Zero!
O Sr. António José Seguro (PS): — … nos tivesse dito por que é que mais uma vez, para ser simpático,
mudou de opinião em 15 dias.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. António José Seguro (PS): — O Primeiro-Ministro, há cerca de três semanas, 15 dias antes da
aprovação do DEO, dizia: «Não vai haver aumento de impostos».
Vozes do PS: — Bem lembrado!
O Sr. António José Seguro (PS): — Aprovou o DEO e verificamos que há um aumento do IVA e da taxa
social única para todos os trabalhadores. Isto significa que aconteceu o costume: o Primeiro-Ministro promete
uma coisa e faz outra completamente diferente, desrespeitando os portugueses.
Aplausos do PS.
Não é a primeira vez que isto acontece. Recordo que o senhor ganhou as eleições com base numa
mentira, com base naquilo que prometeu e que, depois, não cumpriu.