I SÉRIE — NÚMERO 83
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Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Bem lembrado!
O Sr. António José Seguro (PS): — Recordo que o Primeiro-Ministro, ao contrário do que prometeu em
campanha eleitoral, quando disse que os cortes eram provisórios, transformou-os, no Documento de
Estratégia Orçamental, em cortes definitivos.
A pergunta que lhe deixo, Sr. Primeiro-Ministro, é muito simples. Pedia-lhe uma reação a umas declarações
do Dr. Pedro Passos Coelho, quando, antes de ser Primeiro-Ministro, disse o seguinte: «Como é possível
manter um Governo em que o Primeiro-Ministro mente?» É esta a pergunta que lhe faço.
O Sr. António Gameiro (PS): — Muito bem!
O Sr. António José Seguro (PS): — Peço que o Primeiro-Ministro, hoje, confrontado com as suas
declarações de há três anos, perante a falta de palavra e o engano, seja capaz de comentar as suas próprias
declarações.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, o senhor não falha uma
oportunidade para não observar rigorosamente nada sobre os resultados que o País alcança e que são
positivos para Portugal. Acho isso extraordinário!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
É extraordinário, Sr. Deputado, a dificuldade que tem em falar de todas as consequências positivas que
resultaram do ajustamento que tivemos de fazer e que nos habilitam hoje a poder ter acesso pleno a mercado
e a poder encarar com autonomia e com maior liberdade de escolha as decisões que haveremos de tomar
para futuro.
O Sr. Deputado, que em 2011 já era Deputado, era presidente de uma comissão parlamentar…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e que apoiou a estratégia do Governo que nos conduziu à bancarrota, ainda
hoje não conseguiu dizer ao País que, felizmente, houve um Governo — e não foi o seu — que tirou Portugal
dessa situação.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Gostava de o ouvir dizer isso, e tenho a certeza de que muitos portugueses também!
Disse o Sr. Deputado que tracei uma visão cor-de-rosa. Ó Sr. Deputado, isso foi uma impressão sua,
porque não tracei qualquer visão cor-de-rosa da situação do País.
O Sr. José Junqueiro (PS): — Foi laranja!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O que comuniquei ao País e ao Parlamento foi que Portugal tinha cumprido
com as suas obrigações em matéria de Programa de Assistência Económica e Financeira. Nessa medida, Sr.