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10 DE MAIO DE 2014

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O Primeiro-Ministro tem a obrigação de esclarecer este assunto no Parlamento, porque 5000 milhões de

euros para a economia, para ajudar a preservar emprego e a criar oportunidades de trabalho, é muito dinheiro.

Trata-se de investimento que o País não pode desperdiçar, muito menos perder este dinheiro para ajudar ao

desenvolvimento da nossa economia.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, do PCP.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, estava a ouvi-lo e fiquei

vivamente impressionado porque o que apresentou aqui, na Assembleia da República, foi um balanço de

contabilidade, não fazendo um balanço da realidade destes últimos três anos.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Para o Sr. Primeiro-Ministro é tudo um êxito e, no entanto, basta ver o

que se passa no País.

Só pode ser um êxito para quem, com ligeireza, silencia o facto de ser brutal o desemprego que hoje atinge

particularmente os jovens.

Tal como na emigração, só pode ser um êxito para este Governo e para este Primeiro-Ministro o facto de,

nestes três anos, ter aumentado o número de pobres ou de pessoas em risco de pobreza, ou seja, cerca de

meio milhão.

Só pode ser um êxito para aqueles que, como o Sr. Primeiro-Ministro, se recusam a reconhecer que o País,

hoje, está mais injusto, mais desigual, mais atrasado, mais endividado e com menos independência.

O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — É por isso que esse discurso, esse balanço de contabilidade que aqui

fez me impressionou. Só pode falar assim quem, por exemplo, passa por cima de retrocessos impostos na

cultura, na investigação, na ciência, no poder local, nos serviços públicos necessários ao bem-estar e às

necessidades das populações, seja na saúde, seja na segurança social, seja na educação.

Sr. Primeiro-Ministro, quero dizer-lhe, com grande franqueza, que o senhor e o seu Governo olham para a

realidade com os olhos dos banqueiros, dos grandes grupos económicos,…

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — … desses 25 grandes que aumentaram as fortunas neste período de

três anos.

Aplausos do PCP.

O Sr. Primeiro-Ministro, durante a sua intervenção a anunciar o fim do programa de entendimento, usou

uma expressão chocante. Para os portugueses, para aqueles que foram profundamente fustigados, para

aqueles que viram as suas vidas arruinadas, dizia com um ar de profunda satisfação: «Parabéns! Parabéns

aos portugueses, que foram capazes de fazer tanto sacrifício!»

Sr. Primeiro-Ministro, dê os parabéns a quem ganhou com a sua política, não dê os parabéns àqueles que

sentem na pele o resultado desta política. Eles não querem parabéns, eles gostariam, Sr. Primeiro-Ministro, é

que lhe devolvesse o que lhes foi extorquido à força, nos salários, nas pensões e nos direitos.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra para responder.