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I SÉRIE — NÚMERO 104

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urgências entupidas e em rutura, hospitais a racionar medicamentos, acesso mais restrito à inovação,

hospitais a eliminar ou a fundir serviços.

Protestos da Deputada do PSD Conceição Bessa Ruão.

O insuspeito Presidente da União das Misericórdias diz que as palavras são muitas e os atos são nenhuns,

em matéria de desenvolvimento das unidades de cuidados continuados, e que estamos perante uma tragédia

para as pessoas, para as instituições e para o Estado português.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — E no tempo do PS?

O Sr. José Junqueiro (PS): — Há situações em que o Ministério autorizou a abertura de camas em

Misericórdias que não as têm, enquanto outras, que fazem parte de um conjunto de 18 unidades de cuidados

continuados, têm tudo pronto mas não foram autorizadas.

Não se estranha, pois, que, perante este desnorte, os profissionais de saúde, que fazem o seu melhor,

tenham feito uma greve, não para reivindicar salários ou progressão nas carreiras mas para dar voz a quem

não a tem, à desqualificação na saúde e ao desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde. Importa, pois,

sublinhar e valorizar o desempenho dos profissionais que têm sido os verdadeiros guardiões do SNS, apesar

do Governo.

Aplausos do PS.

Finalmente, de facto, lidar com números é bem diferente do que lidar com as pessoas. Aqui se aplica

novamente o princípio de Peter. Paulo Macedo foi um bom Diretor-Geral da Autoridade Tributária, mas

continua um Ministro da Saúde sempre inadaptado às suas funções.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Carla Cruz, do PCP,

Paulo Almeida, do CDS-PP, João Semedo, do BE, e Carla Rodrigues, do PSD.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz.

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado José Junqueiro, quero felicitá-lo pelo tema que

aqui trouxe, o da saúde, e dizer que também o PCP se associa e se solidariza com a greve que os médicos

desenvolveram nos últimos dois dias.

Tal como o Sr. Deputado afirmou da tribuna, foi uma greve em defesa do Serviço Nacional de Saúde, em

defesa dos utentes, em defesa da valorização das suas carreiras e, sobretudo, em defesa de um Serviço

Nacional de Saúde que tão fortemente tem sido atacado, nestes últimos anos, pela política da direita, pela

política do pacto de agressão, também ele assinado pelo PS.

O Sr. Deputado fez um diagnóstico da saúde nos últimos quatro anos, agravado, obviamente, pelo pacto de

agressão, em que o Governo PSD/CDS cortou mais de 1667 milhões de euros.

Entre 2007 e 2012, a despesa pública com a saúde diminuiu 8,6%, enquanto as despesas das famílias

aumentaram 13,9%. E porquê? Porque houve um aumento brutal das taxas moderadoras, houve um corte no

transporte não urgente de doentes, houve, efetivamente, uma dificuldade de no acesso aos cuidados de

saúde.

O Sr. Deputado José Junqueiro veio defender o Serviço Nacional de Saúde, mas, quando o PCP aqui

apresentou um projeto de lei para revogação das taxas moderadoras, o PS votou ao lado do PSD e do CDS-

PP contra a revogação das taxas moderadoras.

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