I SÉRIE — NÚMERO 19
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Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD, do PS e do CDS-PP e votos a favor do PCP,
do BE e de Os Verdes.
Vamos, agora, votar o projeto de resolução n.º 1131/XII (4.ª) — Pela requalificação da Escola de Música do
Conservatório Nacional e recuperação do seu Salão Nobre (PCP).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Srs. Deputados, vamos em seguida proceder à votação final global de dois textos finais, apresentados pela
Comissão do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, relativos, respetivamente, à proposta de lei
n.º 250/XII (4.ª) — Procede à revisão do regime jurídico do arrendamento urbano, alterando o Código Civil, a
Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro, o Decreto-Lei n.º 157/2006, de 8 de agosto e o Decreto-Lei n.º 158/2006, de
8 de agosto, e à proposta de lei n.º 252/XII (4.ª) — Estabelece o novo regime do arrendamento apoiado para
habitação.
O Sr. Secretário, Deputado Duarte Pacheco, informa-me que sobre os dois textos que identifiquei há
requerimentos de avocação pelo Plenário da votação na especialidade de propostas de alteração. Assim,
quanto ao texto final, apresentado pela Comissão do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local,
relativo à proposta de lei n.º 250/XII (4.ª), foram apresentados, respetivamente, pelo PS e pelo BE dois
requerimentos de avocação pelo Plenário da votação na especialidade das suas propostas de alteração ao
artigo 3.º e de aditamento de um artigo 7.º-B.
Foram também apresentados, respetivamente, pelo BE e pelo PCP, dois requerimentos de avocação pelo
Plenário da votação na especialidade das suas propostas de eliminação do n.º 5 do artigo 6.º e do artigo 16.º e
de substituição dos artigos 19.º e 21.º, de alteração dos artigos 2.º, 3.º e 6.º, de eliminação dos artigos 16.º,
19.º e n.º 3 do artigo 22.º do texto final, apresentado pela Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território e
Poder Local, relativo à proposta de lei n.º 252/XII (4.ª).
Para a apresentação dos requerimentos do Bloco de Esquerda, está já inscrita a Sr.ª Deputada Helena
Pinto.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O Bloco de Esquerda traz hoje ao
Plenário a avocação de artigos de duas propostas de lei que foram votadas na especialidade na Comissão do
Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, sobre o regime do arrendamento urbano e o novo regime
da renda apoiada.
Fazemo-lo num apelo final e numa tentativa final de alterar as profundas injustiças que estão consagradas
nomeadamente no novo regime de arrendamento apoiado, que, se ficar exatamente como está, significará
uma das maiores injustiças deste Governo. É uma lei altamente discriminatória e preconceituosa contra os
mais pobres, que levará ao aumento das chamadas rendas sociais e promoverá os despejos, chegando
mesmo ao cúmulo de expulsar das suas casas as famílias que nelas sempre viveram porque conseguiram
melhorar um pouco a sua vida. Três anos a pagar a renda máxima e têm de abandonar as suas casas!
Por outro lado, esta lei dá plenos poderes a organismos da Administração, como é o caso do IHRU
(Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana), para promover e concretizar os despejos, sem possibilidade
de recurso, Sr.as
e Srs. Deputados.
Assim, passamos a ter dois tipos de portugueses e de portuguesas: os que podem recorrer de uma ordem
de despejo, embora de forma mitigada, devido às alterações que já fizeram, mas que podem recorrer, e
aqueles que, pura e simplesmente, não podem, aqueles e aquelas que vivem nos bairros sociais. Se isto não é
preconceito social, se isto não é ataque aos mais pobres, então, não sei o que será, Sr.as
e Srs. Deputados da
maioria. Por isso, numa derradeira tentativa de alterar estas injustiças, trazemos ao Plenário estas alterações.
Quanto ao regime do arrendamento urbano, mais uma vez, trazemos à votação a proposta do PSD em
Programa Eleitoral e o compromisso do PSD e do CDS no Programa do Governo. O prazo de transição das
rendas, no regime do arrendamento urbano deve passar para 15 anos e não ficar nos 5 anos que a lei aponta.
Se o Governo quer fazer alterações e adaptações neste regime, façam esta, que era a vossa proposta e pode,
de facto, fazer alguma diferença para muitos inquilinos.