12 DE DEZEMBRO DE 2014
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Aplausos do PSD.
Por cada jovem que emigra neste País, um país que o Partido Socialista desprezou na troica, o Partido
Socialista devia pensar nas promessas megalómanas que fez em TGV e afins.
Mas há mais que nos diferencia. A oposição, que nada tinha a dizer, agora tem, aparentemente muito, e
ainda bem, porque nós queremos, de facto, que a oposição fale. Há uma coisa que nos diferencia quando nós
entendemos que para os jovens portugueses, como aqui já foi dito, é a oportunidade que faz a diferença. É
que não precisamos de continuamente prometer garantias aos jovens portugueses, nós sabemos que quando
lhes são dadas oportunidades eles não só correspondem, como, objetivamente, provam o seu valor.
A primeira coisa que nos diferencia é que nós acreditamos nos jovens portugueses, nós não estamos a
fazer favor aos jovens portugueses. Já que têm tanto para dizer, nós queremos saber o seguinte: se cerca de
68% dos estagiários entram no marcado de trabalho, isso é bom ou mau para a oposição? Se diminuímos
14% no desemprego jovem, isso é bom ou mau para a oposição? Quando diminuímos o tempo necessário
para que os jovens acedessem ao subsídio de desemprego de 15 meses, como acontecia no vosso tempo,
para 12 meses, isso é bom ou mau?
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Corem!
A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Sr.as
e Srs. Deputados da oposição, é preciso que fique claro que
não governamos a fazer cartazes a prometer 150 000 empregos, que não governamos para as parangonas
dos jornais, mas a verdade é que quando mudamos a vida dos jovens com questões como a dos
trabalhadores estudantes, com as mesmas questões que garantem as oportunidades de que eles necessitam,
as Sr.as
e os Srs. Deputados ficam neste silêncio confrangedor.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Ivo Oliveira, do PS.
O Sr. Ivo Oliveira (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr.ª
Deputada Joana Barata Lopes, ainda bem que agendaram um debate sobre juventude e sobre política de
juventude. Mas depois, para além de demorarem a inscrever-se para usarem da palavra e, com isso, se gerar
aqui um impasse que é bem revelador do estado em que deixaram a juventude portuguesa, ainda falam de
tudo menos da política concreta de juventude.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Eu até pensava, como aconteceu em relação a outras áreas, que iriam começar este debate com mais um
pedido de desculpas pela forma como trataram a juventude e como se resignaram ao futuro de desemprego,
de emigração e de ausência de esperança no futuro dos jovens do nosso País. Hoje, há menos 500 000
jovens no nosso País, o desemprego é o dobro da média nacional nos jovens e os salários são metade,
aumentaram os jovens que residem em casa dos pais, a precariedade laboral aumentou e esta é geração
melhor preparada, com mais qualificações, mas sem oportunidades.
Acresce que há 30% dos jovens em risco de pobreza e tudo o que este Governo aponta são remédios para
um problema que o próprio Governo criou. Neste País, já tínhamos uma diferença entre litoral e interior e este
Governo fez a mesma clivagem relativamente à juventude.
No que toca às gerações, é este o legado que este Governo deixa em termos de solidariedade
intergeracional, deixando os jovens sem esperança, sem futuro e sem direito à realização, com a garantia do
desemprego, da pobreza e com o convite à emigração.