O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 29

10

Bem conhecemos o problema que os senhores têm com o País real, bem conhecemos o problema que têm

em abordar aquilo que são as dificuldades reais dos jovens portugueses, portanto não esperaria outra coisa

que não essa sua reação, Sr. Deputado.

Mas quer saber qual é o nosso problema com o País? O nosso problema, Sr. Deputado, tem que ver com o

facto de o PSD, a maioria, os partidos do Governo…

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Estão zangados com os resultados que o País consegue. Esse é o

vosso problema!

O Sr. Rui Pedro Duarte (PS): — …virem hoje agendar um debate sobre políticas de juventude e virem

aqui querer falar do lado simpático que a vida dos jovens em Portugal tem. Mas deixe-me dar-lhe uma notícia,

Sr. Deputado: não há lado simpático nos jovens em Portugal. Hoje, os jovens não têm lado simpático na sua

vida. Os jovens enfrentam um contexto de desemprego elevadíssimo. Os jovens portugueses estão sujeitos ao

mais elevado risco de pobreza e de exclusão social no nosso País.

O Sr. Deputado vem aqui fazer um retrato do País imaginário que corre nas bancadas da maioria e que vai

alimentando, de resto, essa retórica a que já ninguém acede e em que já ninguém acredita.

Mas, Sr. Deputado, quanto a essa sua prestação de propaganda, aquilo que também incomoda o Partido

Socialista é ter um Governo que é responsável por uma geração de jovens, fustigada por políticas de

austeridade, fustigada pela crise, e que continua a ter um Governo com os seus responsáveis a apelarem à

emigração Não ouvi ninguém falar sobre a emigração, de como combater a pobreza e a exclusão social dos

jovens portugueses.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Não?! A que começou em 2008?

O Sr. Rui Pedro Duarte (PS): — Srs. Deputados, penso que os senhores não vieram a este debate, como

há pouco eu disse daquela tribuna, para resolver nem para discutir problemas reais do País, mas para

disfarçar aquilo que não têm para apresentar aos jovens portugueses e, acima de tudo, para nada dizer sobre

aquilo que são incapazes de fazer, que é governar o nosso País.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, a Mesa aguarda mais inscrições das bancadas.

Um debate não é uma corrida, mas convinha que os Srs. Deputados se inscrevessem.

Pausa.

Entretanto, para uma intervenção, inscreveu-se a Sr.ª Deputada Joana Barata Lopes, do PSD.

Tem a palavra, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo:

Não deixa de ser sintomático que quando o PSD traz à Assembleia da República um debate que diz respeito a

políticas de juventude ninguém, na oposição, tenha absolutamente nada a dizer sobre o assunto.

Aplausos do PSD.

É, aliás, talvez melhor que assim seja, porque aquilo que ouvimos do Partido Socialista deixa-nos bem

esclarecidos. Ainda assim, na bancada do PSD, gostamos sempre de reafirmar o que nos diferencia. E a

primeira coisa que nos diferencia é que quando falamos de jovens, quando falamos dos portugueses, falamos

sempre de nós, não falamos deles. Se calhar, é por isso, Sr. Deputado Rui Duarte, que há pouco, quando

falava na questão do país real, se esqueceu que por cada jovem que emigra o Partido Socialista devia fazer o

exercício das SCUT, que não têm carros a percorrê-las. Por cada jovem que emigra, o que, aliás, começou em

2008, o Partido Socialista devia fazer uma ato de contrição para os aeroportos sem aviões.