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I SÉRIE — NÚMERO 42

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Talvez lhes faça confusão, mas é mesmo possível na política ultrapassarmos a alternância, irmos para a

alternativa e a palavra — a palavra! — ter algum significado.

Sr. Deputado, não quero deixar de lhe responder, porque não fujo a esse assunto, à questão sobre a

presença das mulheres como ministras no governo grego.

Se me pergunta se acho que um governo deve ter homens e mulheres porque a sociedade é composta por

homens e mulheres, digo-lhe que sim, claro, acho até que deve ter paridade absoluta. Mas isso é o que nos

divide, e por isso é que o Bloco votou aqui a favor de quotas quando o seu partido votou contra. Porém, se me

pergunta se eu passava a apoiar um governo com as políticas que têm o PSD e o CDS se ele tivesse paridade

absoluta, também lhe digo que não, Sr. Deputado, porque romper com a austeridade precisa de uma opção

clara e ela não passa só pela paridade.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Deputada, queira concluir.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Para concluir, reparo que o Sr. Deputado fugiu ao essencial. Hoje, a

pergunta a colocar é esta: a austeridade é a solução ou há uma outra?

Os senhores prometeram e não cumpriram, prometeram resolver a crise e afundaram mais o País.

Pergunte hoje a uma pessoa com 16, 24, 35 anos, quando olha para Portugal, como vê o futuro no seu País,

se acha que aqui pode viver dignamente ou se vê que o País está cada vez mais enterrado.

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Se souber responder a esta pergunta, saberá também que, em Portugal,

tal como na Grécia, precisamos de mudança.

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada Catarina Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Termino já, Sr.ª Presidente.

Trata-se de saber de que lado é que o seu partido vai estar: com o Governo grego, a lutar contra os

interesses financeiros para que seja possível criar emprego e ter futuro na Europa ou se vai continuar, como

até agora, a fazer tudo o que Ângela Merkel mandar. Essa é a pergunta a que o PSD não responde e que eu

gostaria de ver respondida.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, peço-lhes que respeitem os tempos regimentais.

Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira, do PCP.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, começo por saudá-la pela

declaração política que acabou de proferir.

Queria colocar-lhe questões muito concretas relativamente à matéria que aqui trouxe, a qual também já foi

abordada pelo PCP na declaração política anterior, com ideias muito claras quanto à consciência que temos

da verdadeira situação em que nos encontramos.

Não vou fazer, como já aqui foi feito hoje neste debate, uma discussão em torno das camisolas que cada

um veste. Queremos discutir opções políticas e ideias, porque é assim que se faz o combate político.

O Sr. David Costa (PCP): — Muito bem!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Deputada, queria começar por dizer que temos consciência da

verdadeira situação que existe na Grécia e em toda a Europa; temos consciência das dificuldades que têm

sido impostas ao povo grego e a todos os povos da Europa, de forma generalizada; temos consciência da luta

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