I SÉRIE — NÚMERO 48
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Sr.ª
Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e Sr. Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes
e Comunicações — a quem a Mesa cumprimenta —, Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 5 minutos.
Srs. Agentes da autoridade, podem abrir as galerias.
Como todos sabem, a ordem do dia de hoje consiste numa interpelação ao Governo, a interpelação n.º
20/XII (4.ª) — Sobre destruição da oferta pública de transportes, da iniciativa do Bloco de Esquerda.
Antes de darmos início ao debate, vou dar a palavra ao Sr. Secretário, Deputado Duarte Pacheco, para ler
o expediente.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, deram entrada na Mesa, e foram
admitidas pela Sr.ª Presidente, os projetos de lei n.os
771/XII (4.ª) — Procede à oitava alteração da Lei n.º
25/2006, de 30 de junho, visando um regime sancionatório mais equitativo nas situações de incumprimento do
pagamento de taxas de portagem em infraestruturas rodoviárias (PS), que baixa às 1.ª e 6.ª Comissões,
772/XII (4.ª) — Altera o Código Penal, cumprindo o disposto na Convenção do Conselho da Europa para a
proteção das crianças contra a exploração sexual e os abusos sexuais (Convenção de Lanzarote) (PS), que
baixa à 1.ª Comissão, 773/XII (4.ª) — Procede à quinta alteração ao Decreto-Lei n.º 113/2011, de 29 de
novembro, determinando a isenção do pagamento de taxas moderadoras a crianças e jovens até aos 18 anos
(PS), que baixa à 9.ª Comissão, 774/XII (4.ª) — Primeira alteração à Lei n.º 5/2011, de 2 de março, que aprova
a Lei das Ordens Honoríficas Portuguesas, integrando a Ordem de Camões no âmbito das Ordens Nacionais
(PS), que baixa à 1.ª Comissão, e 775/XII (4.ª) — Estabelece o regime jurídico da atividade de guarda-noturno
(PSD e CDS-PP).
Deram também entrada na Mesa os projetos de resolução n.os
1251/XII (4.ª) — Anula o concurso público
para a subconcessão da Metro do Porto, SA (BE), 1252/XII (4.ª) — Anula o processo de concurso público para
a subconcessão da STCP — Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, SA (BE), 1253/XII (4.ª) — Pela
suspensão das demolições nas ilhas-barreira da ria Formosa (PCP), que baixa à 11.ª Comissão, 1254/XII (4.ª)
— Em defesa do caminho-de-ferro nacional — pela reunificação e gestão integrada da ferrovia, contra a sua
liquidação e desmembramento (PCP), que baixa às 5.ª e 6.ª Comissões, 1255/XII (4.ª) — Pela manutenção da
gestão pública das empresas Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e Metro do Porto (Os
Verdes) e 1256/XII (4.ª) — Programa nacional de valorização e alargamento da rede pública do ensino
artístico especializado (PCP).
É tudo, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Vamos dar início ao debate que, como anunciei, consiste na interpelação n.º 20/XII
(4.ª) — Sobre destruição da oferta pública de transportes, da iniciativa do Bloco de Esquerda.
Para abrir o debate, dou a palavra, para uma intervenção, à Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Ao
Governo já pouco mais resta do que a teimosia e o autoritarismo. A escassos meses de acabar o seu mandato
e contra a opinião quase unânime da sociedade portuguesa lança-se numa correria contra o tempo para
entregar a TAP, a manutenção da ferrovia e os transportes coletivos de Lisboa e Porto a interesses privados.
Onde se aconselharia cautela, o Governo acelera, correndo o risco de ver confirmada a ilegalidade de
alguns dos concursos que lançou.
Onde se aconselharia um acordo alargado, o Governo prefere o conflito e avança em guerra aberta contra
as autarquias.
Do controverso calendário escolhido às necessidades financeiras, das supostas vantagens para os cofres
do Estado ao interesse público, nada bate certo. Nada a não ser uma vontade imensa de passar para os
privados o que ainda vai sendo público.