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6 DE MARÇO DE 2015

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A primeira certeza é que, para o Partido Socialista, o facto de Portugal, os portugueses, as empresas, os

empresários e os trabalhadores terem sabido sair da situação de bancarrota a que o anterior Governo do

Partido Socialista no conduziu, de 2011 para 2015, terem cumprido o programa, terem pago o que devíamos,

terem saído a tempo e sem condições, não têm mérito nenhum! Nenhum português têm mérito nisto. Nenhum,

não, há 13 que têm mérito, que são os 13 conselheiros do Tribunal Constitucional. Os únicos portugueses que

se esforçaram nas dificuldades, que conseguiram recuperar, que conseguiram que as exportações

melhorassem, que conseguiram que fossem cumpridos os compromissos, os únicos portugueses que tiveram

responsável nisso, para o Partido Socialista — que conduziu Portugal à bancarrota, repito —, foram 13

conselheiros do Tribunal Constitucional. É extraordinário!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Temos uma segunda certeza, Sr. Deputado — vai ouvir outra vez e já vai perceber porquê. É que o PS tem

dois discursos completamente diferentes e um é este: se se reduzem os juros, é o Sr. Draghi que tem culpa;

se Portugal está melhor, os portugueses não têm responsabilidade nenhuma, é o Tribunal Constitucional.

Depois, há o discurso do Secretário-Geral do Partido Socialista, que, revelando sentido de Estado, diz (vou

repetir para não dizer que o descontextualizámos): «Como nós dizemos em Portugal, os amigos são para as

ocasiões. E, numa ocasião difícil para o País (…)» — era difícil, em 2011, era a bancarrota, lembra-se? —

«(…) em que muitos não acreditaram (…)» — o Partido Socialista não acreditava, lembra-se? Dizia que íamos

ter um segundo resgate, que era por dias! —, «(…) que o País tinha condições para enfrentar e vencer a crise,

a verdade é que os chineses, os investidores disseram ‘presente’, vieram e deram um grande contributo para

que Portugal pudesse estar hoje na situação em que está, bastante diferente daquela em que estava há quatro

anos».

Sr. Deputados, pelos vistos, até o Secretário-Geral do Partido Socialista percebe que há empresas,

empresários e trabalhadores a esforçar-se todos os dias para recuperar o País e que não foram 13

conselheiros do Tribunal Constitucional que conseguirem tirar o País do atoleiro, do protetorado e da

bancarrota em que os senhores nos deixaram.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Por isso, Sr. Deputado, devo dizer-lhe que é confrangedor que um partido estruturante da democracia

portuguesa, como é o Partido Socialista, se tenha tornado numa espécie de pequeno partido de protesto.

O Sr. Deputado veio fazer um diagnóstico dizendo que está tudo mal, mas não faz uma única proposta

sobre como vai pagar tudo aquilo que diz que vai repor, que vai reavaliar.

Sr. Deputado, faço duas perguntas. Qual é a fisioterapia do Partido Socialista? Qual é a leitura inteligente

que lhe vai permitir financiar todas as promessas que andam a fazer? É que se o Sr. Deputado não o fizer, os

portugueses fazem, em relação ao PS — e utilizando a metáfora futebolística —, aquilo que o Sporting de

Espinho fez, na semana passada. Sabem o que é que aconteceu? Trocou de treinador!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves.

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr.ª Presidente, de facto, esta metáfora futebolística está a ser usada

até ao falecimento, mas vou dar-lhe mais uma «pancada».

Efetivamente, o que está a ser discutido é a substituição do treinador, Sr. Deputado. E o que estamos a ver

é que, ao contrário da ilusória visão que estão a ter num jogo de playStation que estão a jogar, em que o

treinador está sentado no sofá e acha muito candidamente que o jogo está a correr lindamente, se o treinador

abrir a porta para a realidade vai verificar que os seus jogadores têm meia idade, são meios carecas, têm uma

barriga de cerveja, não correm, não conseguem fazer o aquecimento, está tudo cheio de entorses e não

marcam um golo. Esta é a realidade: os senhores estão a olhar para a televisão e não estão a olhar para o

campo do jogo.