I SÉRIE — NÚMERO 58
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foram rejeitadas. Olhe-se para a proposta de moratória nas penhoras relativas a dívidas — de facto, não há
coisa mais gravosa do que penhoras por valores irrisórios que põem em causa a morada de família, põem em
causa a casa de determinadas famílias que ficam, por isso mesmo, em risco.
Aplausos do PS.
E aqui também é necessário ter autoridade para pretender recorrer ao sistema de penhoras agressivas, é
necessário que quem tem de dar explicações nesta Câmara sobre o seu percurso contributivo as venha dar,
porque, só assim, terá moral para poder exigir aos outros que possam ser chamados à pedra, possam ser
chamados à responsabilidade.
Aplausos do PS.
Mas, mais do que intervenções de urgência, é necessário pensar de forma estruturada o futuro — e
também por isso o Partido Socialista trouxe aqui propostas destinadas a olhar para o setor habitacional,
aproveitar a possibilidade de financiar a segurança social e criar mecanismos que sejam sustentáveis e deem
efetivamente novas respostas.
É também por isto que o Partido Socialista passou o fim-de-semana a desenhar respostas de proximidade
com os seus autarcas para poder oferecer serviços públicos de proximidade e poder oferecer junto das
populações aquilo que lhes faz falta.
Aplausos do PS.
É por isso que, esta semana, o Partido Socialista entrega também propostas para ajudar os estudantes do
ensino superior a pagar as suas propinas de forma faseada e sem penalizar aqueles que são bolseiros da
ação social.
É por isso também que o Partido Socialista consegue apresentar propostas relativas à cultura, beneficiando
do sistema fiscal, para criar incentivos para que possa haver investimento no restauro e na dinamização da
atividade cultural.
É por tudo isto que nos batemos e que nos continuaremos a bater, construindo uma alternativa e
reconhecendo aquilo que a maioria se recusa a reconhecer: é preciso investir nos serviços públicos, é preciso
valorizá-los como um fator indispensável ao crescimento, ao reforço das qualificações, à competitividade e à
qualidade de vida em todo o território.
Junto dos nossos autarcas, junto dos Deputados que realizarão as jornadas parlamentares dedicadas ao
tema da pobreza, da economia e dos problemas sociais, o Partido Socialista continuará a dizer presente e
continuará a mobilizar todas e todos os portugueses que não se resignam e estão disponíveis para mobilizar
Portugal.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para colocar perguntas, os Srs. Deputados Hugo Lopes Soares, do
PSD, Cecília Honório, do Bloco de Esquerda, Nuno Magalhães, do CDS-PP, e Paula Santos, do PCP.
O Sr. Deputado Pedro Delgado Alves responderá separadamente a cada um dos Srs. Deputados.
Tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Lopes Soares.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, no início da sua
intervenção, quando fez alusão à tal goleada a que, há pouco, o Sr. Deputado Luís Montenegro fazia alusão,
pensei que ia tentar desmentir os sete factos — e foram sete, mas poderiam ser mais, como o Sr. Deputado
sabe — que demonstram como o País está, de facto, diferente — para melhor, para muito melhor — daquele
País que os senhores deixaram.