11 DE ABRIL DE 2015
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 10 horas e 12 minutos.
Srs. Agentes de autoridade, podem abrir as galerias.
Srs. Deputados, não havendo, hoje, expediente, vamos iniciar a ordem do dia, cujo primeiro ponto consiste
no debate conjunto dos projetos de resolução n.os
1292/XII (4.ª) — Valorizar a ria Formosa e clarificar o
estatuto jurídico do núcleo da Culatra (PSD e CDS-PP), 1308/XII (4.ª) — Pelo reconhecimento do valor social,
económico e cultural dos núcleos urbanos das ilhas-barreira da ria Formosa e imediata suspensão das
demolições de habitações na Culatra, Hangares, Farol, península do Ancão e ilhotes da ria Formosa (PCP),
1394XII (4.ª) — Recomenda ao Governo o reconhecimento do valor económico e cultural dos núcleos
populacionais existentes nas ilhas-barreira e ilhotes da ria Formosa e na península do Ancão (BE) e 1398/XII
(4.ª) — Recomenda ao Governo um conjunto de ações em torno da requalificação e valorização da ria
Formosa (PS).
Srs. Deputados, os partidos autores das iniciativas dispõem de mais 1 minuto e têm já os seus oradores
inscritos para as apresentar.
Assim, para apresentar a iniciativa conjunta do PSD e do CDS-PP, tem a palavra o Sr. Deputado Cristóvão
Norte.
O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A ria Formosa é um ecossistema
frágil, complexo, dinâmico e que, ao longo de décadas a fio, tem sido abandonado e proscrito.
Portanto, em 2005, quando surgiu o POOC (Plano de Ordenamento da Orla Costeira) e, em 2007, quando
surgiu a Sociedade Polis, verificou-se que havia um objetivo ambicioso de forçar a iniciativa, criando
investimentos, alternativas e soluções económicas, essenciais para reabilitar a ria Formosa, criar riqueza,
oferecer soluções de emprego e, no fundo, assegurar que aquelas comunidades tinham esperança no futuro.
Ora, se assim foi, entre 2008 e 2011 muito pouco foi feito. Mas, pelo contrário, entre 2011 e 2015 muito foi
feito. Não se pode dizer, hoje, em abono da verdade, que nada foi feito e que os fundos foram canalizados,
exclusivamente, para demolições. Pelo contrário, temos lançados concursos para a ETAR, que correspondem
a 15 milhões de euros, e também para as dragagens, que correspondem a 6,5 milhões de euros.
Vozes do PSD: — Bem lembrado!
O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Enfim, temos um conjunto de aspetos nevrálgicos para redimensionar a
ria Formosa, para a valorizar e fomentar as soluções económicas que são essenciais para garantir o objetivo
que presidiu à realização do POCC e à feitura da Sociedade Polis.
Ora, se é importante dizer isto, também não deixa de ser importante explicitar outros aspetos nevrálgicos:
desde logo, que a Ria Formosa sofre de focos de poluição que têm de ser erradicados, alguns já
reconhecidos, inclusivamente, pela Câmara Municipal de Olhão, e outros, de outras entidades públicas, que
têm de ser avaliados, aferidos e têm de ser fortemente combatidos.
Mas também queremos assumir que tem de haver uma certificação de turismo sustentável para garantir
que a ria Formosa tem essas alternativas e soluções económicas.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Temos conseguido fazer esse trabalho, e temo-lo feito bem. Mas mais do
que fazer esse trabalho, temos de fazer outra coisa: temos de assegurar a persecução do interesse do público,
e esta persecução faz-se através da reposição da legalidade e também da valorização e reconhecimento da
especificidade do núcleo da Culatra.
O núcleo da Culatra é um núcleo centenário, que tem valor económico, é um núcleo piscatório, é um núcleo
que merece ter um tratamento particular, em função da sua importância. Por via disso, aquilo que se quer — e
a nossa proposta vai nesse sentido — é clarificar o estatuto do núcleo da Culatra, garantir a sua identidade,