17 DE ABRIL DE 2015
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Propomos também que tenham um segundo motor, de 60 cv, para ser usado em caso de emergência, o
que aumenta, efetivamente, a capacidade das embarcações fechadas, porque essas já têm motor até 100 cv
e, por isso, se tiverem mais um motor de 60 cv estão a aumentar a sua capacidade.
Propomos ainda que sejam consideradas embarcações de pesca local todas as embarcações até 12 m de
comprimento e não apenas as que tenham até 9 m.
A subsidiação da gasolina é também fundamental, porque as características com que estas embarcações
operam, nomeadamente a necessidade de propulsão para entrarem no mar, dependem da utilização de
gasolina. Só a gasolina permite a estas embarcações terem propulsão suficiente para garantir as condições de
segurança. Por isso é que a questão da gasolina está aqui presente e é tão importante.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. João Ramos (PCP): — Termino, Sr. Presidente.
A subsidiação da gasolina permitirá que ela seja vendida ao setor a um preço equivalente ao do gasóleo.
A proposta do Bloco de Esquerda não é tão abrangente quanto a do PCP, mas vai no mesmo sentido e por
isso a aprovamos.
A proposta do CDS melhora um pouco, mas fica muito aquém do que seria necessário. Por isso, vamos ver
até que ponto é que a maioria está efetivamente preocupada com o setor e se vai aprovar as propostas do
PCP. Só se aprovarem estas propostas no concreto é que acreditamos que estejam verdadeiramente
preocupados com o setor.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O debate de hoje é sobre a segurança
dos pescadores. É um debate importante e um debate concreto.
As propostas apresentadas pelos diversos grupos parlamentares no sentido do aumento da potência dos
motores não são um pormenor. A potência dos motores faz toda a diferença em dias de mau tempo e,
sobretudo, na entrada e saída para o mar, assim como a existência de um segundo motor, embora com menor
potência, a utilizar em situações de emergência, pode também fazer toda a diferença.
Lamento, Srs. Deputados, nomeadamente que o Sr. Deputado Altino Bessa tenha, de uma forma linear,
rejeitado esta proposta, apenas dizendo que nunca ouviu esta reivindicação.
Sr. Deputado, poderia estar aberto a um debate mais aprofundado…
O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — Com os pescadores!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Com certeza, com os pescadores também, porque isto não nasceu por
alguém ter inventado a necessidade de um segundo motor nas embarcações, que apenas será utilizado em
situações de emergência.
Como eu disse no início da minha intervenção, estamos a discutir a segurança dos pescadores. E em vez
de, pura e simplesmente, se dizer «não, porque agora só queremos aumentar a cavalagem dos motores»,
vamos ponderar até que ponto é que não é também essencial ter um segundo motor nas embarcações para
estas situações. Para o Bloco de Esquerda, e daquilo que ouvimos e auscultámos faz todo o sentido.
E apelo aos Srs. Deputados para que não se perca esta oportunidade de se ir um pouco mais longe no que
diz respeito à segurança das embarcações e, como consequência, à segurança de quem anda a fazer a
pesca.
Por isso, Srs. Deputados, para que não seja uma oportunidade perdida — talvez não seja perdida, mas
para que não se fique a meio caminho —, apelo aos Srs. Deputados para que se faça este debate e se
pondere a hipótese da colocação do segundo motor, o que não me parece que seja nada despiciente neste
contexto.