I SÉRIE — NÚMERO 83
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A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Ministro da Saúde.
O Sr. Ministro da Saúde: — Sr.ª Presidente, começo por responder às questões das Sr.as
Deputadas
Carla Rodrigues, Teresa Caeiro, Paula Santos e Catarina Martins sobre a Prevenar.
De facto, gostaria de frisar, em primeiro lugar, que incluímos a vacina no Plano Nacional de Saúde,
tornando-a universal e gratuita para as crianças que nasçam a partir de 1 de janeiro de 2015. Depois, há um
segundo fator, que é uma comparticipação quer para os adultos, quer para as crianças que tenham nascido
antes, o que também era inexistente. E, em terceiro lugar, existe a administração de 40 000 doses da vacina,
através da negociação que foi feita, para grupos de risco.
Mas há um quarto efeito que, como alguns sabem nesta Sala, é extremamente importante: depois da
vacinação das crianças, num maior número de população começamos a ter um efeito cruzado que beneficiará
os mais idosos. O efeito mais positivo é, de facto, nas crianças, mas a prazo também será nos idosos.
Relativamente à questão de ser a 1 de janeiro ou 1 de junho, já está claro que é a 1 de janeiro e,
respondendo à Sr.ª Deputada Catarina Martins, está claro que, neste momento, a Direção Geral de Saúde e o
Infarmed estão a analisar se deve haver outro tipo de transição. Portanto, esta é uma questão que será
também rapidamente resolvida.
Mas, sejamos sérios, discriminação era não ter a comparticipação e só poder ter a vacina quem pudesse
pagá-la. Ao dizer-se que há discriminação agora está-se a levar
Sr.ª Deputada Luísa Salgueiro, queria felicitá-la pela sua resiliência, que é maior do que a dos seus colegas
de bancada Ana Jorge, Manuel Pizarro e António Serrano, que, com pena, fomos vendo partir ano após ano.
Constatamos que a Sr.ª Deputada e a Presidente da Comissão de Saúde são as mais resilientes e, por isso,
queria saudá-las, porque sabemos que não é fácil estar na saúde, que é uma área tão exigente.
Relativamente à questão da sustentabilidade do Centro Hospitalar Lisboa-Norte, como sabemos o prazo
médio de pagamentos dos hospitais tem vindo a diminuir. Obviamente, existe dívida e continuará a existir. Mas
o que não existe é uma dívida descontrolada, nem a ameaça de suspensão de fornecimentos como existiu há
uns anos. Esta dívida vai baixar em maio, como já baixou em abril, porque, como o Parlamento sabe, foram
disponibilizadas verbas para adicionalmente regularizar dívidas. Por outro lado, tal como este Parlamento
aprovou, eu posso lembrar à Sr.ª Deputada que há uma contribuição sobre a indústria farmacêutica que,
precisamente, permitirá que os hospitais possam baixar as suas dívidas.
No que concerne à questão da confiança no presidente do Centro Hospitalar Lisboa-Norte, ela, de facto, é
tão grande como a que temos no presidente do IPO de Lisboa ou no presidente da Unidade Local do Litoral
Alentejano, Sr.ª Deputada. Tenho confiança nos presidentes dos hospitais, porque acho que dão o seu melhor.
Em relação à questão da reforma hospitalar, e para não me tornar fastidioso, vou apenas citar algumas
medidas que temos tomado. A primeira medida fundamental foi esta Assembleia ter aprovado a inclusão dos
hospitais EPE no perímetro orçamental da Administração Central, o que faz com que não possa haver a
desorçamentação que sempre houve no passado; a segunda medida foi a da prescrição eletrónica de
medicamentos e de meios complementares de diagnóstico; a terceira foi a da introdução de um sistema de
referência internacional de preços para o medicamento hospitalar que nunca tinha existido; fez-se também o
reforço das carreiras médicas.
O Partido Socialista, o Partido Comunista, que fala no desmantelamento, e o Bloco de Esquerda
esquecem-se de que é este Serviço Nacional de Saúde que faz hoje a formação a mais de 95% de todos os
profissionais. Fez durante estes anos da crise e continuará a fazer.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — E depois vão todos embora!
O Sr. Ministro da Saúde: — Assegurámos-lhes as condições para poderem ser formados, reforçámos as
carreiras de enfermagem, constituímos uma rede de cuidados paliativos, criámos um formulário terapêutico
hospitalar, aumentámos a taxa de cirurgia de ambulatório. Podia continuar e enumerar muitas mais medidas,
para além de, quando se fala de investimento, os Srs. Deputados se esquecerem que nós abrimos e pusemos
a funcionar os Hospitais de Lamego, Amarante, Vila Franca de Xira, Loures, Guarda e o Centro Materno-
Infantil do Norte.