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I SÉRIE — NÚMERO 26

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Portanto, o que agora está a ser feito é para permitir que o nosso País acompanhe as práticas pedagógicas

que são reconhecidas e, com isso, se construa o caminho que deve ser feito, o caminho exigente de ter as

nossas crianças avaliadas pelos seus professores — essa exigência máxima da proximidade contra o

facilitismo de pôr alguém, na Av.ª 5 de Outubro, que não conhece as crianças, que não é professor, que não

está com elas, a decidir se as pode avaliar. Estamos a acabar com o absurdo e esse é o bom caminho.

Aplausos do BE e do PS.

Mas, Sr. Primeiro-Ministro, não querendo antecipar o debate sobre o Orçamento do Estado, julgo que as

questões que são levantadas sobre o peso, o esforço das contas públicas e o défice são importantes e vão

marcar as decisões que iremos tomar.

Srs. Deputados, quando se fala em abstrato, parece que não estamos a falar de nada, e eu confesso que,

depois de ouvir o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho perguntar sobre o défice estrutural sem nunca falar de

nada em concreto, apetece-me perguntar: «Mas está a falar sobre o quê?! Está a falar de quê?» Acho que é

bom falarmos de coisas certas, de coisas que as pessoas compreendam.

Está em curso um acordo que fizemos para parar o empobrecimento em Portugal que contém medidas de

justiça para devolver rendimentos que são essenciais. Essas medidas exigem algum esforço do País — é um

esforço essencial para responder às pessoas e à economia do País —, mas esse esforço não se compara,

seguramente, ao peso estrangulador das decisões sobre o sistema financeiro nas contas públicas, e é desse

que temos de falar.

Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, quero falar-lhe do Banif, porque há lições para o futuro e há contas para

acertar do que foi feito.

O Banif é um banco nascido e criado pelo PSD-Madeira, arrastado e devastado pelo Governo PSD/CDS,

mas foi este Governo que o vendeu. O economista Ricardo Cabral, Vice-Reitor da Universidade da Madeira,

fez contas e chegou à conclusão de que a recapitalização que foi feita do Banif será cinco vezes maior do que

aquela que era necessária. Ou seja, deixámos o Banif com um rácio de 40% para o entregar assim ao

Santander.

Bem sei que estas coisas são complicadas, mas as pessoas em geral já estão um bocadinho fartas — e

habituadas! — de ver tanto dinheiro público para, depois, ver vender tão barato. Neste caso, 3000 milhões de

euros para o Santander dá 150 milhões, ou seja, cinco vezes menos.

A pergunta que fica é: afinal, quanto é que valia o Banif quando foi vendido e que rácio de capital tinha o

Banif no momento dessa operação? Isto é para percebermos exatamente o que estamos a perder.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, em primeiro lugar, vamos

começar por uma metade de concordância: concordo que ninguém tem saudades de Nuno Crato, mas já não

concordo que só nas bancadas do PSD e do CDS haja saudades de Nuno Crato. É que nem nas bancadas do

PSD e do CDS há saudades de Nuno Crato!

Aplausos do PS.

Do que têm saudades é de estarem eles no Governo! Essa é a única coisa de que eles têm saudades!

É que a direita tem a ideia de que, já não sei se por direito divino ou por qualquer outra razão mais

contemporânea, o seu estado natural é estar no Governo e que o estado natural da esquerda é estar na

oposição.

É mesmo isso que os enraivece e os perturba, ainda hoje, neste debate.

Aplausos do PS.

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