I SÉRIE — NÚMERO 3
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O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Ui!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Mas essa é só mais uma das faturas iníquas que as esquerdas
passam ao País.
Também é para defender os portugueses de outra injustiça que hoje aqui estamos, é para isso que o PSD
propõe a este Parlamento que elimine a lei que acabou com os limites aos salários dos administradores da Caixa
Geral de Depósitos e, já agora, os isentou das regras de responsabilidade, deveres e transparência a que todos
os outros gestores públicos estão sujeitos.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — O anterior Governo, PSD/CDS, criou limites legais aos salários dos
gestores de todas as empresas públicas. Mesmo aos administradores dos bancos privados que receberam apoio
do Estado, o Governo do PSD/CDS impôs um corte de 50% nos salários fixos e proibiu remunerações variáveis.
Isto seria socialmente justo, o que é injusto e, também, incompreensível para as pessoas é que, num tempo de
aperto financeiro, em que tantos esforços têm de fazer, e que foram necessários para sairmos da bancarrota,
os gestores públicos não tenham limites às suas remunerações, aos seus salários.
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — E antes tinham?!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Sim, fazer isso seria injusto, mas o Governo das esquerdas não quer
saber dessa injustiça social. E, no mesmo ano em que se prepara para despedir 2500 trabalhadores da Caixa e
ir buscar mais 3000 ou 4000 milhões de euros aos contribuintes para meter no Banco, elimina os limites aos
salários dos administradores.
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Antes, tinham?!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Que justiça social é esta?!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — O PSD reafirma: os salários dos gestores públicos têm de estar
limitados por lei!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — E antes estavam?!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Mas o Governo vai dizendo que é necessário abolir estes limites
para manter a Caixa competitiva. Falso! Os limites que existiam na lei anterior eram objetivos, não discricionários
e permitiam atrair os melhores. O que é que impediam? Impediam que alguém viesse para a Caixa receber o
que não podia receber e que ninguém pagava em mais lado nenhum.
Ora, com a lei deste Governo, desaparecem quaisquer limites legais…
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Antes, havia limites?!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — … aos salários dos administradores, ficam à discricionariedade de
um Governo que, como se sabe, não quer saber de custos nem de controlar a despesa pública.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Governo queria aumentar o número de administradores da Caixa
e queria aumentar os seus salários. O aumento dos administradores já foi chumbado pelo BCE,…
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — E muito bem!