13 DE OUTUBRO DE 2016
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é aquilo que temos visto, que é a política de esconder a verdade e de «atirar areia para os olhos» dos
portugueses, fingindo que as coisas não são aquilo que são e que a realidade não é aquilo que eles veem todos
os dias.
É uma política em que aos cortes passam a chamar poupanças, às graves dificuldades nos serviços chamam
eficiência e, mais, às filas que todos os dias crescem nos transportes, nos hospitais ou nas escolas por abrir
chamam aposta no serviço público. Eu, Srs. Deputados, chamo-lhes falta de respeito por quem trabalha.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, a pedido do seu Grupo Parlamentar, que a Sr.ª Deputada usou a mais
na sua intervenção desconta na intervenção seguinte.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Paulo Correia.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o CDS perdeu por completo o
bom senso: está há um ano fora do Governo e já se esqueceu de todas as maldades que fez aos portugueses.
Aplausos do PS.
O CDS fez parte de um Governo que moveu o maior ataque ao serviço público de transportes desde o 25 de
Abril. Durante quatro anos, emagreceram os transportes urbanos do Porto e emagreceram os transportes
urbanos de Lisboa; durante quatro anos, desinvestiram nas empresas públicas de transportes.
Recordo-lhe, Sr.ª Deputada Cecília Meireles, que durante quatro anos, de 2011 a 2015, a Carris ficou com
menos 700 trabalhadores, a Metro de Lisboa ficou com menos 300 trabalhadores, a Transtejo e a Soflusa ficaram
com menos 80 trabalhadores. Só nos transportes urbanos de Lisboa estas empresas ficaram com menos de
1080 trabalhadores.
De 2011 a 2015, o anterior Governo, do qual fez parte o CDS, desinvestiu na manutenção, desinvestiu no
material circulante, desinvestiu nas infraestruturas, desinvestiu na bilhética, desinvestiu no serviço. Durante
esses quatro anos, a oferta de serviço no Porto e Lisboa foi reduzida em 25%. Mas isso tinha uma estratégia,
que era tornar estas empresas, com este emagrecimento, apetecíveis para as privatizações e para as
subconcessões a privados.
Aplausos do PS.
E só uma nova maioria parlamentar e um novo Governo é que travaram esta agenda obsessiva por parte do
PSD e do CDS.
Terminaria esta intervenção dando alguns indicadores que registam bem a melhoria do serviço nos
transportes urbanos de Lisboa e do Porto, contrariando tudo aquilo que disse o CDS. A procura nos transportes
urbanos de Lisboa, até setembro, face ao período homólogo de 2015, cresceu 2,5%, sendo que na Metro de
Lisboa cresceu 10%. A procura, no mês de setembro, na STCP, no Porto, cresceu 7,1% face ao mês homólogo
de 2015.
O número de reclamações na STCP, entre janeiro e setembro de 2016, desceu 81% face a 2015. Esses são
dados que revelam que o caminho adotado por esta nova maioria, a reversão das subconcessões a privados, a
descentralização das operações dos transportes urbanos de Lisboa e do Porto são dados positivos, melhoram
o serviço e, sobretudo, vão ao encontro daquela que é a expetativa dos utentes.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira, de Os Verdes.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O CDS agendou, e bem,
este debate de atualidade sobre os serviços públicos. O CDS, que integrou um governo que ficará para a História
como o governo que não conseguiu esconder a sua aversão a tudo o que era público,…