I SÉRIE — NÚMERO 13
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Porque é que acha que isto acontece, Sr. Primeiro-Ministro?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, acho curiosa a sua visão
dos ecos. De acordo com a sua lógica, se percebi bem, uma empresa que contrata hoje um trabalhador não é
em função do que espera crescer no futuro, mas em função daquilo que cresceu no passado.
Aplausos do PS.
Não! O emprego criado é mesmo para corresponder às necessidades de aumento da produção. É por isso,
aliás, que o investimento tem vindo a aumentar e não a diminuir. É que o aumento do investimento é sustentado
e ancora-se numa expectativa positiva relativamente àquilo que é o crescimento.
Quanto às taxas, felizmente, temos vindo a assistir a uma evolução positiva, à medida que se tem vindo a
conseguir consolidar o nosso sistema financeiro.
O Sr. Deputado conhece bem as razões dessa instabilidade e, portanto, se quiser voltar ao tema, voltarei a
ele com gosto.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho.
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Sr. Presidente, ficámos a saber que não vale a pena fazer grandes
perguntas ao Sr. Primeiro-Ministro, porque ele não sabe responder, ou não responde. Portanto, estamos
inteirados.
Também ficámos a saber pelo Primeiro-Ministro que as nossas taxas de juro a 10 anos estão a melhorar face
aos nossos parceiros. Ora, o País não pode levar a sério nem um Primeiro-Ministro, nem um Governo que
falseiam a realidade.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Basta olhar para os dados de qualquer fonte credível sobre aquilo que se passa com os nossos juros para
ver que eles não estão a melhorar; ao contrário do que o senhor diz, estão a piorar.
Mas, sobre o sistema financeiro, já sabe quando é que fará a recapitalização da Caixa?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, devo dizer que estou
bastante infeliz, porque tinha imensa esperança, na minha infinita ignorância, que me tivesse ensinado alguma
coisa neste debate de hoje e eu pudesse ter saído daqui a saber o que o senhor sabe e que eu, infelizmente,
não tive ocasião de aprender.
Risos e aplausos do PS.
Mas tenho de reconhecer que terei de esperar por melhor oportunidade para aprender.
Há uma coisa que lhe direi, e não direi muito mais por uma questão de responsabilidade: como o senhor bem
sabe, a evolução das taxas de juro da República, ao longo deste ano, é sobretudo explicada pela forma como
foi gerida pelo seu Governo,…