9 DE DEZEMBRO DE 2016
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sobretudo, não se pode transformar no sacrifício de vidas que, durante décadas, vivem numa permanente
incerteza de ter ou não ter trabalho ou de saber se vão trabalhar em Lagos, no Porto, na Guarda ou em S.
Miguel. Não, não é aceitável esta forma de vida! E mais: a qualidade já obtida pela escola pública seria ainda
melhor se os professores e os educadores não estivessem sujeitos a este grau de instabilidade na carreira.
Aplausos do PS.
É por isso que temos de trabalhar na estabilidade. Não é como a direita vai dizer: «lá estão a ser os porta-
vozes de Mário Nogueira e da FENPROF»! Não é sermos porta-vozes de Mário Nogueira e da FENPROF, é
sermos porta-vozes da vontade que todos temos de ter uma escola pública de qualidade, que não existe assente
na precariedade do seu corpo docente.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, voltaremos, seguramente, a este tema.
Para o Bloco de Esquerda, é essencial que os professores de que a escola precisa e que lhe têm dedicado
a sua vida sejam vinculados e tenham direitos plenos como todos os outros trabalhadores e trabalhadoras deste
País.
Vozes do BE: — Muito bem!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Primeiro-Ministro, não posso deixar de falar na Caixa Geral de Depósitos
hoje, não exatamente para acompanhar o PSD, porque já se percebeu que, no caso do PSD, a Caixa é mesmo
o espelho da hipocrisia pura.
O PSD, hoje, não falou dos salários, falou de outra coisa qualquer, mas ontem falou muito dos salários. Já
compreendemos, aliás, que o PSD agora tem esta batalha na Assembleia da República para fazer passar uma
lei que é em tudo igual àquela que permitiu que Fernando Pinto, na TAP, ganhasse 423 000 € por ano, mais
prémios.
Bem, o Bloco de Esquerda, para isso, não!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Comissão de censura!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Aqui estamos e votámos sempre em consciência os projetos, tanto sobre
salários, como sobre transparência, e se o PSD estivesse a falar a sério tinha votado a favor da limitação de
salários proposta pelo Bloco de Esquerda, em vez de se ter abstido como quem assobia para o lado para ficar
tudo na mesma.
Aplausos do BE.
Sr. Primeiro-Ministro, é óbvio que discordamos no que se refere à limitação de salários na Caixa. Para o
Bloco de Esquerda este assunto só estaria bem encerrado se existisse essa limitação.
Devo dizer também que não é propriamente com satisfação, como compreenderá, mas, sim, com uma
enorme preocupação, que vemos que o Governo, para liderar a Caixa, escolheu Paulo Macedo, que foi Ministro
do Governo que mais privatizou e que mais pôs os problemas da banca para debaixo do tapete. Que este seja
agora o nome indicado para gerir o banco público é algo que também não conseguimos compreender.
Acompanhamos o Governo, sim, na ideia de que a Caixa é um banco público, integralmente público, que o
processo de recapitalização é importante e que a Caixa é um banco sólido e aqui estamos para o defender.
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, não varremos problemas para debaixo do tapete nem passamos borrachas sobre
o passado. É por isso que, da mesma maneira que continuamos a dizer que os salários milionários são