9 DE DEZEMBRO DE 2016
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É por isso que a Caixa manterá, no seu plano de reestruturação, uma cobertura completa do território
nacional, a sua presença junto das comunidades portuguesas e nos países de língua oficial portuguesa. A
reestruturação internacional da Caixa não deixará de a manter como um instrumento financeiro ao serviço e em
apoio à internacionalização das empresas portuguesas.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou já concluir, Sr. Presidente.
No que diz respeito à redução de pessoal, o plano que foi apresentado, e que o Governo aprovou, não prevê
despedimentos, prevê que haja uma redução progressiva tendo em conta a passagem à reforma ou os
processos de negociação de rescisão amigável. É isso que o plano prevê, não prevê despedimentos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Em nome do Grupo Parlamentar do CDS-PP, tem a palavra, para pedir esclarecimentos,
a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, folgo em vê-lo de novo a
responder perante esta Câmara. Na verdade, tenho uma coisa para lhe mostrar, que é o número de dias em
que o Sr. Primeiro-Ministro não se dignou a aparecer nem a responder ao que quer que seja neste Parlamento.
Neste momento, exibiu um quadro, assinalando o número de dias de ausência do Primeiro-Ministro na
Assembleia.
Vozes do CDS-PP: — Ah!
Protestos do PS.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Não se vê o quadro daqui!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Poupo-lhe a contagem: são 54 dias! São 54 os dias em que não
ouvimos nenhuma explicação da parte do Sr. Primeiro-Ministro.
Conseguiu passar o Orçamento do Estado todo sem que lhe ouvíssemos a voz. Nesta Casa nada explicou;
lá fora, aos jornalistas, deu a deferência de dizer alguma coisa e até conseguiu dar uma entrevista a um canal
de televisão antes de aparecer aqui.
Lamento e, sem prejuízo da importância do tema que trouxe e que, certamente, o CDS terá toda a
disponibilidade para debater, tenho muitas perguntas para lhe fazer, que se foram acumulando ao longo destes
54 dias.
A primeira pergunta que lhe quero fazer, e sobre a qual, enfim, já foi questionado mas, na nossa opinião,
ainda não deu uma resposta clara, é muito simples. Ouvimos o Sr. Primeiro-Ministro dizer que todos os acordos
que tinha feito com a administração da Caixa Geral de Depósitos tinham sido cumpridos. Percebemos que houve
um acordo que tinha a ver com a questão dos salários, e esse, efetivamente, foi cumprido, não com o CDS, mas
foi cumprido com uma maioria nesta Câmara. Porém, em relação ao acordo que os isentava da obrigação de
informação e de transparência, precisamos de saber se este, de facto, existiu.
Também lhe posso dizer, Sr. Primeiro-Ministro, que, na Comissão de Inquérito à Caixa, o CDS pediu que
fosse fornecida toda a informação e toda a troca de e-mails efetuada e, portanto, certamente que isso será
apurado, mas dava-lhe a oportunidade de nos dizer aqui se esse acordo, quanto à isenção da obrigação de
deveres de informação e de transparência, existiu ou não.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.