22 DEDEZEMBRO DE 2016
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No último ano, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal tem lutado pela renovação do seu acordo
de cooperação com o Serviço Nacional de Saúde, de modo a poder continuar a prestar cuidados integrados e
especializados a mais de 30 000 doentes com diabetes, incluindo ao Sr. Deputado Ascenso Simões.
O Grupo Parlamentar do PSD instou repetidas vezes o Governo a renovar este acordo, o que fez em quase
todas as audições parlamentares do Sr. Ministro da Saúde e até em sede de debate do Orçamento do Estado,
e com toda a razão o fez, acrescentaria.
Para esse mesmo efeito apresentámos também o projeto de resolução n.º 485/XIII (2.ª), através do qual
recomendamos ao Governo o cumprimento das já aprovadas recomendações na Assembleia da República em
matéria de diabetes, a renovação do acordo de cooperação com esta Associação e a criação de centros de
referência no domínio da diabetes. Após um ano de promessas, de adiamentos, de anúncios e de manifestações
de intenção de correção de textos já para o dia seguinte, surgiu, finalmente, a notícia de que o Governo deu
orientações à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo para renovar o acordo de cooperação
com esta Associação. Infelizmente, também sabemos que o novo acordo, para além de cortar 2,5% no
financiamento da Associação, não responde ou corresponde à legítima expectativa desta IPSS (instituições
particulares de solidariedade social) em ser integrada no Serviço Nacional de Saúde. Ora, o que o n.º 3 do artigo
2.º do Decreto-Lei n.º 138/2013 prevê é que «O acordo de cooperação visa a integração de um estabelecimento
de saúde pertencente às IPSS no SNS, o qual passa a assegurar as prestações de saúde nos termos dos
demais estabelecimentos do SNS».
A pretensão desta Associação continua assim por cumprir e o PSD vai continuar a lutar pela efetiva
integração desta Associação no SNS, de acordo, aliás, com a lei que rege a articulação entre o SNS e o sector
social. Iremos igualmente pugnar para que o próximo acordo de cooperação entre o SNS e a APDP seja
celebrado não por uma ARS mas pela ACSS, a Administração Central do Sistema de Saúde, pois só deste modo
novas iniciativas de apoio e a prestação de cuidados de saúde a diabéticos poderão ser levadas a cabo,
designadamente por esta Associação, também nas regiões norte e centro do País. Este é um combate que não
acaba aqui hoje, agendaremos, por isso, para o próximo ano a discussão do projeto de resolução do PSD,
através do qual se pretende que a APDP possa prestar cuidados de saúde a doentes diabéticos em termos
idênticos aos estabelecidos no SNS, integrando, portanto, essa Associação no âmbito do Serviço Nacional de
Saúde e reconhecendo oficialmente a APDP como centro de referência para o tratamento da diabetes.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Carla Cruz.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em nome do Grupo Parlamentar do
Partido Comunista Português, começo por cumprimentar a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal,
que aqui está presente, e também os mais de 4896 cidadãos que subscreveram esta petição.
O PCP saúda e valoriza o trabalho que a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal tem desenvolvido
ao longo dos seus 90 anos de existência. A diabetes é, de facto, em Portugal um enorme e um crescente
problema de saúde pública, que foi já sobejamente assumido quer pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
quer pela própria Direção-Geral de Saúde.
Já aqui foi dito que em Portugal os dados oficiais revelam que mais de 1 milhão de portugueses sofre da
diabetes e ela é, como todos sabemos, uma doença crónica com inúmeras complicações, sendo a principal
causa de cegueira, de insuficiência renal e de amputação de membros inferiores, e constitui, por isso mesmo,
uma das principais causas de morte, principalmente por implicar um risco significativamente aumentado da
doença coronária e do acidente vascular cerebral (AVC).
O trabalho desenvolvido pela APDP muito tem contribuído para a formação, prevenção e tratamento das
pessoas com diabetes e foi, aliás, o reconhecimento do trabalho, do acompanhamento e do tratamento que é
feito pela APDP em regime de complementaridade com o Serviço Nacional de Saúde que esteve na génese da
celebração do protocolo entre a APDP e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, protocolo
que foi recentemente reafirmado e que vigorará até 2019.
O PCP acompanha e, como atrás dissemos, valoriza o trabalho realizado pela APDP, o papel de
complementaridade à prestação de cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde e a cooperação já