23 DE DEZEMBRO DE 2016
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O Sr. Primeiro-Ministro: — E a orientação política deste Governo e desta maioria é aquela que está no
nosso Programa do Governo e que iremos seguir. Falo de uma política que aposta numa menor carga fiscal
sobre o trabalho e numa maior carga fiscal sobre o património de luxo.
Trata-se de opções. Respeito a da Sr.ª Deputada e tenho esperança de que também respeite a minha.
Aplausos do PS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Agora quem vai ter a palavra é o parceiro amestrado da PàF (Portugal à
Frente)!
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A bancada do CDS ainda dispõe de tempo.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª AssunçãoCristas (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, gostava de saber desde
quando é que a gasolina e o IMI relativo às vistas e ao sol são património de luxo. O senhor deve estar muito
equivocado sobre o que anda a fazer.
Aplausos do CDS-PP.
Deixe-me também dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que não me deve ter ouvido quando falei sobre finanças
públicas. Falei-lhe de duas coisas, mas o senhor não gostou, porque não sabe responder, fica envergonhado.
Para além disso, o senhor não respondeu à pergunta que lhe fiz sobre o que se está a passar nas escolas.
A sua política é a das cativações, é a de cortar cegamente nas despesas.
A Sr.ª VâniaDiasdaSilva (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª AssunçãoCristas (CDS-PP): — Não consegue responder! Não respondeu ao CDS nem ao Bloco de
Esquerda!
O Sr. NunoMagalhães (CDS-PP): — É verdade!
A Sr.ª AssunçãoCristas (CDS-PP): — Quando a direção de uma escola vem dizer que não vai abrir no
segundo período porque não tem condições de segurança, isto é o reflexo direto dos vossos cortes cegos. A
vossa política orçamental e o fanatismo do défice, que, de repente, se instalou no vosso Governo, dão nisto. A
consolidação não está ser feita pela forma certa, está a ser feita pela forma possível, para pagar o preço do
apoio do PCP e do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª VâniaDiasdaSilva (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª AssunçãoCristas (CDS-PP): — Não são só cativações, também lhe dei exemplos sobre a educação,
mas poderia dar-lhe exemplos sobre a saúde, matéria em relação à qual todos os dias há notícias.
Sr. Primeiro-Ministro, respeito muito os sindicatos, mas também sei o que é que nos vêm dizer as pessoas
que pertencem a esses mesmos sindicatos, que nos dizem: «Façam barulho, porque nós não podemos fazer».
Sei muito bem o que é que nos dizem, nas reuniões, nos telefonemas: pedem-nos para lhes darmos voz, porque
vocês estão calados!
Aplausos do CDS-PP.
Protestos do PS e do PCP.
Os sindicatos resolvem uma parte mas não resolvem a outra, que é a parte da qualidade dos serviços e dos
utentes.