16 DE MARÇO DE 2017
25
Protestos do CDS-PP.
Sr.ª Deputada Rita Rato, o Bloco e o PCP estão de acordo relativamente à necessidade de haver um regime
de contribuições que seja justo, bem como em relação a uma outra coisa: como o código contributivo prevê, e
bem, as empresas que retêm contribuições de trabalhadores, ou seja, que retêm dinheiro que não é delas e que
pertence aos trabalhadores, tendo de ser entregue à segurança social, devem ser objeto de uma
contraordenação, de uma coima e devem ser obrigadas a repor na segurança social o dinheiro que não é delas
e que pertence aos trabalhadores.
Sr.ª Deputada, também estamos de acordo, penso eu, que o código contributivo não pode tratar da mesma
forma realidades que são totalmente diferentes. Uma empresa que ilegalmente retém contribuições dos
trabalhadores não é o mesmo que um trabalhador que se atrasa a pagar a sua própria contribuição, ainda por
cima num sistema que tem regras tão injustas.
É para eliminar esta injustiça que está agora acontecer e para a podermos corrigir no novo regime em que
temos estado a trabalhar que nós apresentaremos uma iniciativa e traremos este tema ao Parlamento. Temos
a certeza, porque tem sido essa a história, de que o PCP estará do nosso lado nesta luta.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado
Filipe Anacoreta Correia.
O Sr. FilipeAnacoretaCorreia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Trazer às declarações
políticas a vida dos portugueses com deficiência, os dramas com que se debatem as suas famílias e as
dificuldades que enfrentam as instituições que os apoiam é assegurar que estaremos sempre a falar da maior
atualidade política.
É uma atualidade que nem sempre ocupa o espaço de discussão pública, nem enche as notícias mais
destacadas, mas que deve estar no centro das nossas preocupações.
Uma sociedade só é devidamente justa e solidária se olhar para os cidadãos portadores de deficiência com
a atenção que merecem e se procurar desenvolver políticas globais e integradas que vão ao encontro dos seus
direitos.
As propostas que o CDS apresenta esta semana resultam de uma presença e de um envolvimento junto de
vários cidadãos e das suas famílias e junto dessas instituições que também estão a seu lado.
Sabemos bem que os desafios que nos colocam e a esperança que suscitam estão sempre além da nossa
capacidade de resposta, mas é nosso dever dar passos na direção certa, promovendo a melhoria das suas
condições de vida.
Em alguns casos, propomos medidas que resolvam problemas concretos, alcançáveis, justos. É o caso da
proposta que promove a adoção de um documento único comprovativo da deficiência, visando que se alargue
a utilização do atestado médico de incapacidade multiusos. A obtenção desse atestado é determinante para que
possam ter benefícios fiscais e laborais.
No entanto, para a obtenção de outros benefícios ou apoios, nomeadamente em áreas como a segurança
social, a educação ou a saúde, aquele atestado ou não é aceite ou são pedidos outros documentos
comprovativos da deficiência.
A pessoa com deficiência, nestes casos, tem de percorrer vários serviços públicos para conseguir obter
diversos documentos que façam prova da sua incapacidade e deficiência.
Esta carga burocrática revela-se ainda mais penosa quando a pessoa portadora de deficiência tem limitações
motoras e, muitas vezes, não tem quem a possa auxiliar nas diversas deslocações a que se vê obrigada.
Propomos, ainda, que se alargue o Sistema Nacional de Intervenção Precoce dos 6 para os 10 anos e que
se reconheça uma majoração da licença parental em situação de nascimento prematuro, doença rara ou
deficiência.
No nosso entendimento, não só é necessário, como é justo, que se crie uma discriminação positiva no período
de duração da licença parental inicial para quem tinha um filho nestas condições, pois o que é diferente merece
ter um tratamento diferenciado do que é comum.