I SÉRIE — NÚMERO 90
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e agir para que isso aconteça, garantindo, desde logo, que diversificamos a oferta que temos para oferecer a
quem nos visita ao longo do ano; e também garantir que temos ligações aéreas, ao longo de todo o ano, aos
destinos que nos interessam. Este tem sido o principal fator crítico que tem permitido que cada vez mais turistas
venham para Portugal na época baixa. Também temos de dinamizar o turismo interno e o mercado ibérico
alargado.
Como grande desafio, temos também de desconcentrar a procura ao longo do território, que está a acontecer,
mas é preciso acelerar este processo e conseguir abrir o mapa de Portugal. Portugal é muito mais do que as
regiões turísticas tradicionais e esse é o grande desafio, o de conseguir mostrar a diversidade e a riqueza da
nossa oferta e ter produtos atrativos que respondam às necessidades da procura.
Por isso, após um ano de discussão no terreno com todos os agentes públicos e privados, lançámos a nova
estratégia para 2027, precisamente porque o PENT aprovado em 2007 era um plano que terminava em 2015 e
não tínhamos uma estratégia para os anos seguintes. Assim, lançámos a estratégia para os próximos 10 anos,
com objetivos e metas quantitativas, mensuráveis, claras e ambiciosas.
As nossas metas são de sustentabilidade económica, como tradicionalmente a atividade turística tem, mas,
e pela primeira vez, assumimos claramente a necessidade de termos metas de sustentabilidade social e de
sustentabilidade ambiental. Colocámos nas prioridades das políticas públicas a qualificação dos recursos
humanos no turismo, mas também assegurar que as populações residentes considerem, de facto, o turismo
positivo no desenvolvimento do seu território.
A nível da sustentabilidade ambiental, assumimos claramente que o turismo é um instrumento que tem
também a responsabilidade de ser ele próprio motor de transformação do País, em termos de sustentabilidade
ambiental.
Ainda ontem — não sei se tiveram conhecimento —, tivemos uma parceria implementada no terreno entre
ambiente e turismo, no Algarve, no sentido de transformarmos e a afirmarmos o Algarve como um destino de
turismo sustentável, nomeadamente com um novo projeto de mobilidade elétrica, em que turismo e ambiente
são parceiros para a implementação de um sistema de carregadores elétricos em todos os municípios — 32
carregadores elétricos — e colocação de rent-a-cars elétricos no Algarve, precisamente para iniciar este
movimento, associado também a um movimento de projetos de desenvolvimento de mobilidade suave e
sustentável no Algarve.
É essencial que, para a atividade turística, continuemos a garantir a competitividade aérea e novas rotas ao
longo do ano, a dinamização do investimento, a diversificação dos produtos, a promoção da diversidade do
nosso País, a qualificação e a valorização das pessoas que trabalham no turismo.
O que é que estamos a fazer nestas áreas?
Em relação à promoção da competitividade aérea, estamos a conseguir novas operações. Entre 2016 e 2017,
conseguimos 138 novas operações aéreas, especialmente ligações a novos destinos, e o alargamento de
operações a todo o ano, de entre as quais destaco a duplicação da capacidade aérea para os Estados Unidos,
o novo voo entre a China e Portugal, que acontecerá a 26 de julho, o alargamento de operações com a
Escandinávia e a Alemanha a todo o ano e uma nova operação charter para o Japão, um voo direto para o
Japão que vai acontecer neste ano, como operação de teste do mercado para ver como resulta a ligação a este
novo destino.
Implementámos também várias medidas no sentido de responder às dificuldades financeiras das empresas
turísticas, que todos sabemos que existiam e asfixiavam muitas das nossas pequenas e médias empresas
turísticas, nomeadamente no setor da restauração.
Retomámos o SIMPLEX+, com o resultado evidente de, já em 2016, termos conseguido subir pela primeira
vez ao 14.º lugar do índice de competitividade no turismo, e acredito que subiremos ainda mais nos próximos
anos.
Estamos a trabalhar muito com os agentes no território, com as entidades regionais de turismo, para valorizar
o nosso território e o nosso património, desde logo com projetos-âncora de que certamente já ouviram falar: o
REVIVE, o programa All for All, para transformar Portugal num destino para todos e não só para alguns, o
programa de valorização turística do interior, na sequência do Programa Nacional para a Coesão Territorial, e
também a aposta em produtos de diversificação do território, nomeadamente o Portuguese Trails e o turismo
religioso, com destaque para os caminhos de Fátima, que estamos a estruturar e a promover internacionalmente.