I SÉRIE — NÚMERO 90
24
Foi também o PSD o primeiro partido a trazer, nesta Legislatura, a debate, nesta Assembleia, o tema do
turismo; ou seja, nós, PSD, estamos ligados às melhores políticas que o País assistiu neste setor.
É por isso que nos dececiona, tremendamente, que uma área económica de fundamental importância para
Portugal e para os portugueses seja trazida a esta Assembleia desta vez — e pela primeira vez — pelo Partido
Socialista para que se discutam, apenas, três simples recomendações ao Governo.
O PS pede que o Governo aposte na diversificação da oferta turística a todo o território nacional, que aposte
no turismo científico e no turismo de saúde.
Srs. Deputados do Partido Socialista, que enorme deceção! Um partido que suporta um governo num país
onde o turismo é fundamental vem ao Parlamento apresentar, apenas, três propostas e deste nível. É pouco! É,
de facto, muito pouco!
Em primeiro lugar, Sr. Deputado Carlos Pereira, nos últimos anos, principalmente desde que fomos Governo,
diversificou-se a oferta regional. Para além da Madeira, do Algarve e de Lisboa, regiões por excelência do
destino Portugal, conseguimos colocar no mapa o Porto, a região Norte, o Alentejo, a região centro e os Açores.
O Partido Socialista quer contribuir, finalmente, com propostas e propõe aquilo que nós num passado
longínquo não só propusemos como criámos: novos destinos de excelência no País. Eles já existem e já têm
sucesso!
Srs. Deputados do Partido Socialista, o que apresentam aqui hoje é muito pouco e nada ambicioso. Mas, Sr.
Presidente da Assembleia da República e Sr.as e Srs. Deputados, o PSD não vai deixar ficar mal o Parlamento
e, aproveitando esta oportunidade, vamos fazer recomendações ao Governo e apostas claras, decisivas e
importantes, muito mais estruturantes do que as pequenas sugestões, com uma já tremendamente
desatualizada, que o PS trouxe ao Parlamento.
O PSD recomenda ao Governo, desde logo, que crie condições imediatas para pôr um ponto final às enormes
filas de espera no aeroporto da Portela.
Já o dissemos, é inaceitável que turistas de mercados competitivos e exigentes, depois de voos de muitas
horas, passem mais de duas horas em fila de espera para os passaportes. É inadmissível e a situação já se
arrasta há meses e era de prever que isto iria acontecer. Só há poucas semanas e depois de imensos alertas,
é que o Governo decidiu avançar, tarde, com o concurso para mais elementos do SEF (Serviço de Estrangeiros
e Fronteiras) no aeroporto da Portela. Uma decisão tardia.
Aliás, o PSD já disse ao Governo para preparar o aeroporto de Lisboa para o aumento de turistas previsto
com a abertura da linha direta Lisboa e a República Popular da China e também do charter para o Japão.
Esperemos que desta vez o Governo faça o trabalho de casa.
Por falar no aeroporto de Lisboa, o Governo deveria já ter apurado responsabilidades claras de quem teve a
culpa do caos total que se viveu no maior aeroporto do País no passado dia 10. Uma situação absolutamente
inaceitável.
O PSD, entretanto, já chamou ao Parlamento a administração da ANA-Aeroportos de Portugal e se
necessário for outras instituições serão chamadas por nós para explicar o porquê desta recente situação que
envergonha o País e que deveria ter envergonhado também o Governo.
Um aeroporto em total caos, impreparado para fazer frente a uma situação de emergência. Estamos a falar,
Sr.as e Srs. Deputados do maior e mais importante aeroporto do País.
Outra proposta que o PSD vem insistindo junto do Governo é no sentido de se apostar forte no turismo
religioso em especial no mercado latino-americano e sul-coreano, de se fomentar a abertura de ligações aéreas
diretas com as principais capitais da américa latina, como Bogotá, o hub da cidade do Panamá, Lima no Perú,
cidade do México e Buenos Aires.
Lisboa deve ser um hub aéreo fortalecido nas ligações entre o continente americano, a Europa e o continente
africano. O Governo tem feito muito pouco neste sentido.
Uma outra recomendação ao Governo é para captar mais investimento estrangeiro nesta área do turismo,
pois existem muitas cadeias de hotéis de renome internacional que não estão em Portugal e que deveriam estar.
O Governo não tem uma política clara e evidente para captar estas cadeias internacionais de hotéis para o
nosso País.
Recomendámos ainda a criação de um centro de excelência internacional de ensino, promovendo a
internacionalização das escolas hoteleiras e de turismo, e a transformação das nossas escolas em centros de