20 DE MAIO DE 2017
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É um setor que precisa de trabalhadores, é um setor que não funciona sem bons colaboradores, que têm de
ser valorizados e que também têm de ter mais qualificação, sendo que, para este efeito, têm de ser
desenvolvidas políticas públicas de turismo.
Repare-se que o turismo já quase compensa sozinho o défice da balança de bens, Sr.as e Srs. Deputados. É
mesmo o principal setor exportador de bens e serviços e representa quase 17% do total.
Importa saber que este saldo que quase compensa o saldo negativo da balança de bens atinge já quase 5%
do PIB, como é bom referir.
O turismo, em Portugal, deve ser tratado com a importância que o setor merece e não como um setor próprio
de países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento.
Portugal faz parte de um ranking importantíssimo dos países mais ricos do mundo, em que o primeiro lugar
está atribuído aos Estados Unidos da América, o segundo lugar a Espanha, o terceiro a França, o quarto ao
Reino Unido. Deste ranking também fazem parte países como a China, a Tailândia, a Itália, a Alemanha e
Portugal está num honroso 26.º lugar. O nosso País está, portanto, entre os países mais ricos do mundo.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr.ª Deputada, consinta-me uma interrupção, por favor.
Aos Srs. Deputados que estão a fazer reuniões parcelares no Plenário, peço o favor de criarem condições
para que a Sr.ª Deputada que está no uso da palavra se faça ouvir.
Pausa.
Queira continuar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª HortenseMartins (PS): — Muito obrigada, Sr. Presidente.
O turismo é um setor essencial para a economia portuguesa e para trazer valor acrescentado, o que se vai
repercutir noutros setores. Vejamos o efeito que tem, neste momento, sobre o setor imobiliário, que afundou
com as políticas anteriores e que está visível em todo o País.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Bem lembrado!
A Sr.ª HortenseMartins (PS): — Vejamos o efeito que tem de potenciação da economia local e regional nas
demais regiões do País, como referiu a Sr.ª Secretária de Estado do Turismo. Os Açores cresceram, o Porto e
o norte de Portugal cresceram, o Alentejo cresceu, o centro cresceu, todas as regiões do País cresceram.
Mas temos ainda muito mais potencial de crescimento e, por isso, o Governo faz bem em procurar novos
produtos, novas regiões e diversificar esses mesmos produtos e regiões, para que, com isso, a sazonalidade
seja diminuída e para que consigamos aproveitar fora da época alta a capacidade hoteleira e as estruturas —
na época alta, a capacidade hoteleira e as estruturas estão todas ocupadas — e, assim, dinamizarmos não só
o emprego, como também as regiões menos desenvolvidas.
Isso é o que está a acontecer e que tem de ser ainda mais incrementado com políticas públicas que ancorem
determinados produtos e recursos turísticos que o País tem. Refiro-me, por exemplo, aos Passadiços do Paiva
e ao Museu Cargaleiro, em Castelo Branco, um museu único que tem de ser visto como um modelo. Recordo
também o efeito que o Museu Guggenheim tem em Bilbao, que acolhe mais de 1 milhão de turistas por ano, isto
ao nível da atração que este polo contém numa região que está fora dos grandes e tradicionais centros.
Também é fundamental a estratégia desenvolvida pelo Governo em termos de criação de novas rotas aéreas
para a China e para o Japão, como já foi referido e noticiado hoje.
Hoje em dia, perguntamos: com estas novas rotas, o País está realmente capacitado para ainda atrair mais
turistas para que possam, com isso, ser catapultados para outras regiões do País e não haver o efeito «carga
excessiva», o que, neste momento, se pode verificar em determinados monumentos ou em determinados pontos
da cidade? Ressalvo que esta situação não é geral em determinadas regiões e cidades.
Termino valorizando a questão dos congressos, dos incentivos e o lugar que conseguimos subir nesse
ranking tão importante e que revela, mais uma vez, a diversificação que esta estratégia do Governo contém.
Aplausos do PS.