20 DE MAIO DE 2017
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desestabilização contra Estados soberanos, que tantas vezes conduziram à guerra e à imposição de menos
liberdade, menos democracia e menos justiça social.
O Grupo Parlamentar do PCP rejeita as operações de desestabilização de Angola e, ao contrário de outros,
nunca será instrumento daqueles que querem transformar Angola numa nova Líbia.
Foi o povo angolano que conquistou a soberania, a independência e a paz. Agora, como antes, compete ao
povo angolano, livre de pressões e ingerências externas, a superação dos problemas com que Angola se
confronta e decidir livremente das suas opções.
A Assembleia da República não pode, nem deve interferir, nem contribuir para processos que têm como
único objetivo a descarada ingerência; antes, deve pugnar e contribuir para o aprofundamento das relações de
amizade e cooperação entre o povo português e o povo angolano e entre Portugal e Angola, que a luta contra
o fascismo e o colonialismo teceu.
Os Deputados do PCP, João Oliveira — Carla Cruz.
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Relativa aos projetos de resolução n.os 547, 870 e 873/XIII (2.ª):
Os Deputados do Grupo Parlamentar do Partido Socialista votaram favoravelmente os projetos de resolução
n.os 547/XIII (2.ª), reposicionamento dos professores no correspondente escalão da carreira docente (CDS-PP)
e 870/XIII (2.ª), reposicionamento na carreira dos docentes que ingressaram nos quadros — regulamentação do
Estatuto da Carreira Docente (BE) e, relativamente ao projeto de resolução n.º 873/XIII (2.ª), que recomenda ao
Governo a valorização dos professores classificadores dos exames nacionais (PCP), votaram favoravelmente o
ponto 1, abstiveram-se no ponto 4 e votaram contra os pontos 2 e 3.
O Grupo Parlamentar do PS entende que há questões que, pela sua complexidade, têm de ser tratadas com
a necessária atenção e avaliação, nomeadamente no que diz respeito à aposentação docente, à reorganização
do horário de trabalho que implica alterações legislativas e regulamentares, matérias previstas no Estatuto da
Carreira Docente, que provocarão, sempre, alterações legislativas e regulamentares, para além dos impactos
orçamentais significativos, pelo que considera não haver neste momento condições nem se afigurar conveniente
que tais «processos» possam ocorrer, o que justifica terem votado contra os pontos 2 e 3.
Efetivamente, o XXI Governo assumiu a educação e a formação como «alicerces fundamentais da
valorização das pessoas, do desenvolvimento do País e da construção de uma sociedade mais coesa e
progressista», pelo que é indiscutível que a construção de uma escola de sucesso, democrática e inclusiva tem
subjacente e depende, entre outras condições, de professores profissionalmente reconhecidos e socialmente
valorizados.
É nesse contexto que o Grupo Parlamentar do PS valoriza e aplaude as medidas valorativas dos docentes
já implementadas pelo atual Governo, ao longo de um ano e meio de governação, nomeadamente a extinção
da BCE (Bolsa de Contratação de Escola), o fim da PACC (Prova de Avaliação de Conhecimento e Capacidades)
e dos cortes salariais, desde o reforço da formação contínua gratuita de docentes, à redefinição das regras de
recrutamento de docentes, com abertura de um maior número de vagas face aos anos anteriores, integrada
numa estratégia global de combate à precariedade, também dos docentes.
Os professores foram os primeiros a ser abrangidos por um regime extraordinário, através do concurso
externo extraordinário, que permitirá a vinculação de mais de 3000 professores, para além do concurso externo
com a melhoria da norma-travão e do concurso interno, que permitirão um maior acesso de docentes aos
quadros, o que significa concursos com maior justiça, com mais equidade na gestão dos recursos humanos,
direcionados para o combate à precariedade e centrados na promoção da estabilidade docente.
Para além das medidas positivas já tomadas e que vão na direção das matérias em análise, o Grupo
Parlamentar do PS reconhece que tem de haver um trabalho avaliativo e valorativo, que seja indutor de soluções
que permitam uma convergência de políticas educativas, centradas nas aprendizagens e no sucesso escolar, e
que conduza a uma crescente valorização dos professores.