I SÉRIE — NÚMERO 105
26
Para terminar, quero dizer que Os Verdes também consideram que o SIRESP se tem mostrado ineficaz e,
portanto, incapaz de garantir a segurança e a proteção das populações, motivo pelo qual, e em nome do
interesse público, também entendemos que o Estado deve chamar a si o Sistema Integrado das Redes de
Emergência e Segurança de Portugal.
Aplausos de Os Verdes.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Sara
Madruga da Costa.
A Sr.ª Sara Madruga da Costa (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os portugueses já
perceberam que esta é uma tentativa clara de desviar as atenções do que é essencial.
O rosto do SIRESP já é conhecido de todos e chama-se António Costa.
Bem podem as Sr.as Deputadas e os Srs. Deputados do PS e do Bloco de Esquerda continuar a dizer que
esta discussão é sobre os incêndios. Mas, se assim o é, o que justifica discutir agora a propriedade do SIRESP
e não o apoio às vítimas dos incêndios?! Será que é mais importante discutir agora o SIRESP do que discutir o
rápido apoio às vítimas dos incêndios?!
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Sara Madruga da Costa (PSD): — Após dias de dor, luto e sentido pesar pelos trágicos
acontecimentos dos incêndios de Pedrógão Grande, os portugueses assistem com espanto a uma inexplicável
e inédita sequência de contradições entre as entidades com responsabilidade na prevenção e combate aos
incêndios.
A Secretaria-Geral da Administração Interna acusa a Autoridade Nacional de Proteção Civil de falhas graves;
a Autoridade Nacional diz que a culpa é do SIRESP; o SIRESP diz que nada falhou e que o Sistema esteve à
altura; o relatório preliminar da GNR diz que não existem quaisquer responsabilidades.
Para além de nenhuma dessas entidades assumir até à data qualquer responsabilidade, Sr.as e Srs.
Deputados, qual é o fio condutor desta história, de todo este triste espetáculo? É o facto de que todas estas
entidades dependem, direta ou indiretamente, da Sr.ª Ministra da Administração Interna.
O BE, com esta iniciativa, pretende discutir a propriedade do SIRESP. O PSD entende que esta discussão é
importante, mas mais importante é apurar, tecnicamente, as responsabilidades pelo sucedido.
Mais importante do que saber se o SIRESP é público ou privado é restabelecer a confiança dos cidadãos
nas forças de autoridade, é garantir que o Estado não volte a falhar, é assegurar a proteção e a tranquilidade
das pessoas e bens, é garantir uma rápida ajuda às vítimas, é garantir, ainda, que o Estado não voltará a falhar
na fiscalização do Sistema.
Sr.as e Srs. Deputados, desde que este Governo tomou posse nunca houve uma única reunião do conselho
de utilizadores do SIRESP.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Ora, lá está!
A Sr.ª Sara Madruga da Costa (PSD): — Não é estranho?! A culpa é do anterior Governo?! Não nos parece!
Sr.as e Srs. Deputados, é hora de apurar as responsabilidades, mas, mais importante do que isso, é hora de
ajudar rapidamente as vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande. O Estado falhou na catástrofe, mas não pode
falhar na ajuda e nos apoios às vítimas. O Governo, até à data, nada fez a este respeito.
O Bloco de Esquerda, pelos vistos, está mais preocupado com a propriedade do SIRESP do que em garantir
uma rápida ajuda às vítimas.
É por isso, Sr.as e Srs. Deputados, que o PSD pretende criar um fundo de indemnizações rápidas para as
vítimas dos incêndios, de modo a garantir uma rápida ajuda às vítimas.
Sr.as e Srs. Deputados, a esta altura do debate há uma coisa que podemos concluir: aquela máquina de
nome «geringonça», que todos diziam que funcionava, parece estar a ter, aos olhos de todos, as primeiras
falhas.