I SÉRIE — NÚMERO 3
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Aliás, hoje mesmo é notícia a baixa execução dos fundos comunitários onde se inclui o financiamento de
algumas destas propostas que o CDS hoje aqui traz e relembra.
Mas, como o tempo não acaba em 2020 e como, de facto, temos de pensar a tempo a projeção dos próximos
fundos comunitários que neste momento o Governo começa a discutir em Bruxelas, entendemos por bem
também trazer a nossa reflexão sobre duas questões, uma delas, de resto, já trazida ao Parlamento por outras
bancadas e que mereceu o acolhimento do CDS, relativa à expansão do metro do Porto, com a ligação de Vila
d’Este a Gaia, com a passagem pelo estádio do Dragão por Valbom, Lagarteiro e o Cerco, dois bairros no Porto,
e ainda a extensão do muro até Trofa e outra relativa ao metro de Lisboa.
Esta proposta, como é sabido, tem histórico. De resto, recordo-me bem de a, então, Secretária de Estado
dos Transportes, Ana Paula Vitorino, em 2009, apresentar uma proposta para a extensão de 30 estações de
metro. O CDS pegou em todos os estudos já existentes, reviu-os, analisou-os, comparou com as cidades e
propõe um incremento planeado, faseado, e até 2030, da rede de metro de Lisboa, que passa por fechar malha
entre algumas estações e também por tornar prioritária a expansão a uma zona totalmente desguarnecida, que
é a zona ocidental até Algés.
Entendemos que este e os outros são projetos bem pensados que devem merecer o consenso desta Câmara
e é por isso que estamos disponíveis para trabalhar, fazendo estas recomendações ao Governo.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para apresentar o projeto de resolução do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado António
Costa Silva.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Esta matéria das infraestruturas
e transportes é muito importante para o Grupo Parlamentar do PSD. Estamos disponíveis para discutir o pós-
2020, mas é fundamental realizar aquilo que está planeado.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Trazemos a debate este assunto porque acreditamos que estes
investimentos vão permitir maior desenvolvimento, maior sustentabilidade, mais eficiência, mais
competitividade, melhor ambiente e mais descarbonização.
Mas, em primeiro lugar, é fundamental acabar com muitas mentiras que andam por aí. É fundamental acabar
com as mentiras e com o apagão histórico que alguns se encontram a fazer.
Foi o Governo do PS liderado por José Sócrates que optou por inscrever um corte de 794 km na ferrovia no
Memorando de Entendimento com a troica. Vou ser mais claro: um corte de 794 km nas linhas ferroviárias no
País!
O Sr. Heitor Sousa (BE): — Vocês aplicaram-no!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — A rede ferroviária ficava circunscrita especificamente a Braga/Faro,
Beira Alta e Beira Baixa. Todas as outras seriam amputadas. Estes dados foram apresentados num estudo
liderado pelo Ministério das Finanças e pelo Ministério das Obras Públicas à época — Governo do Partido
Socialista que os senhores hoje apoiam —, um estudo feito à revelia da REFER. Foi um documento que referia…
Risos do Deputado do BE Heitor Sousa.
Sr. Deputado, lembro-me bem do que é que, na altura, estava escrito no site www.esquerda.net. Tratou-se
de um documento que apresentava esta frase maravilhosa: «apresentado à troika como uma medida eficaz de
redução da despesa pública». É de ir às lágrimas! Repito: é de ir às lágrimas!
Por isso, parem com mentiras, parem de enganar os portugueses.