14 DE OUTUBRO DE 2017
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O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — … e destas falhas técnicas deveriam resultar, em democracia,
responsabilidades políticas. Assuma-as, Sr.ª Ministra!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Muito bem!
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Assuma-as, Sr. Primeiro-Ministro! De uma vez por todas, encerrem
esta questão com dignidade! E, se não têm gabarito político para assumir essas responsabilidades, pelo menos
peçam desculpa às vítimas de Pedrogão e a todos os portugueses pelo péssimo serviço que prestaram ao País.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem, ainda, a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra da Administração Interna: O que a Sr.ª
Ministra acabou de fazer aqui, perante a gravidade dos factos, não é aceitável.
O que a senhora veio aqui dizer, basicamente, é mais do mesmo: «Este é um assunto complexo… É difícil…
Vem de trás… Eu não nomeei ninguém, eu não comando ninguém… Não é nada comigo…». Sr.ª Ministra, só
faltou dizer: «Eu nem sequer lá estava!».
Risos do CDS-PP e de Deputados do PSD.
Isto não é aceitável!
A única coisa que a Sr.ª Ministra aqui veio fazer foi reiterar a tese do fenómeno natural inexplicável.
A Sr.ª Ministra diz que ainda não leu o Relatório, mas nós lemos. E vou ler-lhe uma parte da página 127 do
Relatório — faça favor de tomar nota ou, se quiser, posso fazê-la chegar a si, até sublinhada: «Assim e em rigor
às 16h13 quando o incêndio passou à fase de ATA, não se verificou incremento algum de meios, como seria
expectável. (…) não se encontram razões explícitas que poderiam ter justificado a não mobilização deste grupo».
Sr.ª Ministra, eu li, a senhora ouviu, perante isto, continua a dizer que não é nada consigo?!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, a Mesa não regista mais inscrições, mas há vários grupos
parlamentares que ainda dispõem de tempo.
Como é habitual, a última intervenção será do Grupo Parlamentar do PSD, pelo que peço aos demais grupos
parlamentares para utilizarem, tão rapidamente quanto possível, os tempos de que ainda dispõem.
Pausa.
Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Fernando Rocha Andrade.
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não tenho oportunidade de fazer
aqui, naturalmente, o que posso fazer na minha outra profissão, que é um pequeno exame, quando alguém diz
que leu um livro, para ver se não leram, antes, uma cábula qualquer, coisa que, estou convencido, seria o que
se verificaria. Até porque é manifesto que já tinham tirado conclusões, já que as conclusões são indiferentes ao
que está escrito no Relatório.
O Relatório aponta, como o Sr. Deputado Nuno Magalhães acabou de dizer, eventuais opções erradas do
comando naquele momento.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Eventuais?!
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Mas também aponta, por exemplo, que a execução das medidas
dos planos de defesa da floresta, naquela zona, foi de 19% ao longo de seis anos. Também aponta que os