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I SÉRIE — NÚMERO 9

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O senhor perdeu a confiança do País, perdeu a confiança do Presidente da República, perdeu a confiança

do Parlamento! Na verdade, o Sr. Primeiro-Ministro já não está aí a fazer nada e fazia um favor ao País se

apresentasse a sua demissão ao Sr. Presidente da República.

Protestos do PS.

Sr. Primeiro-Ministro, estamos todos muito disponíveis — estivemos desde a primeira hora — para ajudar

nas soluções de que o País precisa para superar o sofrimento de todos, mas não é a fugir para a frente que

esquecemos o que aconteceu. Assuma, por uma vez, a sua responsabilidade!

Sabe, não é de soberba, não é de sorriso nos cantos dos lábios, não é dizendo «não me façam rir a esta

hora», não é desse tipo de jogo político que os portugueses estão à espera.

Posso dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que também estive a combater os fogos, de mangueira na mão, no

meu concelho, à porta de minha casa.

Vozes do PS: — Ah!…

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Mas não o faço para lhe dizer que sou mais que os outros ou que sou

mais que o Sr. Primeiro-Ministro. Faço-o para lhe dizer que só o fiz porque o Estado falhou e o senhor é que

tem a responsabilidade da condução da política pública. O senhor deve assumir a sua responsabilidade!

E volto a perguntar-lhe: o Sr. Primeiro-Ministro tem ou não a coragem de apresentar a este Parlamento uma

moção de confiança?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Hugo Soares, tenho a certeza de que a última coisa

que os portugueses desejam ou admitem, sequer, é ver confundir a gravidade dos temas que aqui, hoje, nos

trouxeram com debates desta natureza política.

Aplausos do PS.

Sr. Deputado, admito que se tenha sentido ultrapassado pela iniciativa do CDS-PP. Mérito do CDS-PP!

Aplausos do PS.

No que me respeita e ao Governo, encaramos a iniciativa do CDS-PP como politicamente enquadrada na

Constituição, um direito constitucional, e cá estaremos na terça-feira para o debate da moção de censura.

Mas, Sr. Deputado, moções de confiança só apresenta quem se sente inseguro quanto à confiança, e o

Governo não está inseguro sobre a confiança que esta Câmara nele deposita.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Soares.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, foi a soberba dos que acham que

tudo podem, foi a soberba dos que acham que não precisam de provar nada a ninguém que levou a que tudo

isto tivesse acontecido.

Vozes do PS: — Ah!…