21 DE OUTUBRO DE 2017
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comunidades que revela, convocam todos para promover a erradicação das ameaças desta natureza, com
intervenção empenhada da comunidade internacional e no respeito pelos princípios fundamentais do direito
internacional.
Assim, reunida em sessão plenária, a Assembleia da República condena o bárbaro ato terrorista perpetrado
em Mogadíscio e reafirma a condenação do terrorismo e o empenhamento de Portugal no combate a esta
ameaça, manifestando o seu pesar às autoridades e cidadãos da República Federal da Somália, às famílias e
amigos de todas as vítimas».
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Srs. Deputados, vamos votar o voto que acaba de ser lido.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Srs. Deputados, na sequência dos votos que acabámos de aprovar, vamos guardar 1 minuto de silêncio.
A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.
Srs. Deputados, vamos passar ao voto n.º 421/XIII (3.ª) — De condenação pelas barreiras colocadas no
combate ao trabalho escravo no Brasil, apresentado pelo PAN, que vai ser lido pelo Sr. Secretário António Carlos
Monteiro.
O Sr. Secretário (António Carlos Monteiro): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o voto é do seguinte
teor:
«No dia 16 de outubro de 2017 o governo brasileiro publicou uma portaria que introduziu novas regras e que
vem dificultar a condenação e a imputação de responsabilidades a empregadores que usam trabalho escravo
neste país.
A portaria anterior estava pensada numa lógica de facilitar a fiscalização e acusação dos empregadores,
bebendo conceitos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Código Penal brasileiro e considerando
quatro elementos para a atribuição de carácter de escravidão: trabalho forçado, condições degradantes,
servidão por dívida e jornada exaustiva.
Com esta nova versão, será mais difícil denunciar estes crimes: em todas estas categorias terá de haver uma
comprovada restrição de liberdade do trabalhador; os auditores-fiscais terão menos autonomia nas inspeções,
sendo acompanhados por agentes da polícia que terão que declarar por escrito a existência de flagrante delito;
a publicação da chamada ‘lista negra’ das empresas e pessoas que utilizam trabalho escravo no Brasil está
agora dependente da aprovação direta do ministro titular da pasta.
As mudanças nas regras sobre trabalho escravo surgiram em resposta a um pedido antigo vindo da bancada
ruralista do Congresso brasileiro. Uma vez mais, colocam-se os interesses extractivistas e produtivistas acima
de tudo e os grandes líderes da agropecuária intensiva e de extração de minérios ficam assim mais livres para
explorar recursos humanos e naturais com o aval do próprio governo, recuando décadas no trabalho árduo de
combate à escravidão em todo o mundo.
A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta sua condenação por esta alteração
legislativa, apelando ao governo brasileiro para volte definitivamente atrás na sua decisão».
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto que acaba de ser
lido.
Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PS e do CDS-PP, votos a favor do BE, do PCP, de
Os Verdes, do PAN e dos Deputados do PS Isabel Alves Moreira, Isabel Santos e Paulo Trigo Pereira e
abstenções do PSD e dos Deputados do CDS-PP João Pinho de Almeida e Pedro Mota Soares.
O Sr. Paulo Neves (PSD): — Peço a palavra, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra, Sr. Deputado.