21 DE OUTUBRO DE 2017
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O quadro eletrónico regista 206 presenças, às quais se acrescentam 3 (Deputados do PS Nuno Sá e Paulo
Trigo Pereira e Deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida), perfazendo 209 Deputados, pelo que temos
quórum para proceder às votações.
Vamos começar pelo voto n.º 417/XIII (3.ª) — De pesar pelo falecimento de Joaquim Calheiros da Silveira
(PS e PSD), que vai ser lido pela Sr.ª Secretária Idália Salvador Serrão.
A Sr.ª Secretária (Idália Salvador Serrão): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«Aos 17 dias do mês de outubro de 2017, aos 85 anos de idade, faleceu, em Aveiro, Joaquim António
Calheiros da Silveira. A notícia da morte de Joaquim da Silveira deixa todos os democratas profundamente
consternados.
Fundador do Partido Socialista, a Joaquim da Silveira os portugueses ficarão para sempre a dever o relevante
papel que assumiu na organização dos II Congresso Republicano e III Congresso da Oposição Democrática,
em Aveiro, essa ‘nesga azul de liberdade’, para citarmos a feliz expressão do historiador Luís Farinha, proferida
aquando das comemorações do quinquagésimo aniversário do Congresso Republicano do distrito de Aveiro de
1957, que se vislumbrou, então, a partir da cidade de Aveiro, num país amordaçado.
Logo após o 25 de Abril de 1974, ofereceu também o seu contributo cívico para a edificação do poder local
democrático, integrando, enquanto vogal, a comissão administrativa da Câmara Municipal de Aveiro.
Cidadão permanentemente atento aos que menos voz possuíam, Joaquim da Silveira conta-se, de igual
modo, entre os pioneiros aos quais se deve a fundação da Cooperativa para a Educação e Reabilitação de
Crianças Inadaptadas de Aveiro, a CERCIAV, a primeira instituição do género a surgir no distrito de Aveiro,
volvido apenas um ano sobre a Revolução de Abril, e que tanto tem contribuído desde então para a construção
de uma comunidade mais inclusiva e justa.
Republicano convicto, decano dos advogados aveirenses, com Joaquim da Silveira morre provavelmente um
dos últimos representantes de uma geração de oposicionistas que honrou Aveiro, onde vivia, a democracia e o
País.
Assim, a Assembleia da República, reunida em Plenário, expressa o seu pesar pelo falecimento de Joaquim
da Silveira e dirige as suas sentidas condolências ao Partido Socialista, à sua família e amigos».
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.as e Srs. Deputados, vamos votar este voto.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Segue-se o voto n.º 419/XIII (3.ª) — De pesar pelo falecimento de Ruth Escobar, apresentado pelo PSD e
subscrito por Deputados do PS, que vai ser lido pelo Sr. Secretário, Deputado Duarte Pacheco.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«A atriz e produtora Ruth Escobar, natural do Porto, profundamente conhecida nos meios culturais, políticos
e sociais brasileiros, morreu na passada quinta-feira, 5 de outubro, aos 82 anos, em São Paulo, vítima de doença
prolongada.
Maria Ruth dos Santos Escobar mudou-se para o Brasil em 1951, onde veio a casar com o dramaturgo e
filósofo brasileiro Carlos Henrique Escobar e se veio a tornar numa das figuras mais proeminentes do teatro
brasileiro, com um vasto currículo no plano cultural e uma vida dedicada à defesa dos direitos das mulheres
brasileiras.
Em 1964, Ruth Escobar inaugurou um teatro com o seu nome e, em 1974, criou o primeiro Festival
Internacional de Teatro de São Paulo, que permitiu levar ao Brasil um significativo conjunto de destacados
autores e intérpretes do panorama teatral mundial.
Após o 25 de Abril de 1974, Ruth Escobar regressou a Portugal para apresentar Autos Sacramentales, uma
produção sobre Calderón de la Barca, que tinha tido um destaque considerável na Bienal de Veneza.
Nos anos 80, veio a afastar-se dos palcos, tendo chegado a ser eleita Deputada estadual durante dois
mandatos, entre 1983 e 1991, ampliando a representação das mulheres nas estruturas políticas. Fez também
parte do movimento de resistência à ditadura, tendo sido presa por três vezes.
Foi uma das fundadoras da Frente de Mulheres Feministas do Estado de São Paulo, nos anos 70.