22 DE DEZEMBRO DE 2017
43
sua ação visando a dignificação da instituição militar que tem nos seus homens e mulheres o seu principal
elemento.
Os Deputados do PCP, Jorge Machado — António Filipe.
———
Relativa aos projetos de resolução n.os 1065/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo a implementação de
medidas na área da oncologia pediátrica, promovendo maior apoio e proteção aos menores portadores de
doença oncológica e aos seus cuidadores (CDS-PP) e 1092/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo que adote
medidas de reforço do apoio às crianças e jovens com cancro (PSD). [votados na reunião plenária de 27 de
outubro de 2017 — DAR I Série n.º 14 (2017-10-28)]:
O PCP acompanhou, votando favoravelmente, a esmagadora maioria das recomendações que os vários
partidos com assento na Assembleia da República apresentaram sobre a tomada de medidas de apoios às
crianças e jovens com cancro. Fê-lo por entender que muitas dessas recomendações estavam relacionadas
com as medidas que o PCP apresentou.
Pese embora este facto, houve recomendações que, pelo seu teor, não mereceram esse acompanhamento,
designadamente as propostas incluídas nos projetos de resolução n.º 1065/XIII (3.ª) e n.º 1092/XIII (3.ª),
apresentados, respetivamente, pelo CDS-PP e pelo PSD.
Em concreto, o PCP demarca-se das opções políticas vertidas nas iniciativas que desresponsabilizam o
Estado da assunção de respostas sociais e na área da saúde. Tais opções estão espelhadas nas
recomendações que ambos os partidos fazem ao defenderem que devem ser as instituições particulares de
solidariedade social ou mesmo entidades privadas a assumir respostas ao nível dos cuidados continuados
integrados, paliativos ou dos lares de acolhimento.
O PCP, reconhecendo a necessidade de serem criadas estas respostas, advoga que deve ser o Estado a
disponibilizá-las, através do Serviço Nacional de Saúde e das respostas sociais asseguradas pela segurança
social.
O PCP afasta-se também da proposta apresentada pelo CDS que aponta para a discussão em «sede de
concertação social, a atribuição de um regime de trabalho em horário flexível/ meia jornada (…), para o cuidador
de menor portador de doença oncológica».
Mais uma vez, o PCP defende que não há uma razão que justifique que sejam outros, designadamente a
concertação social, a decidir o que deve ser feito pelo Governo. Entende o PCP que o Governo tem todas as
condições para garantir a obrigatoriedade por parte da entidade patronal de adequar o horário de trabalho e das
funções a desempenhar pelo progenitor ou cuidador da criança ou jovem com doença oncológica. Foi
precisamente isto que o PCP verteu na sua iniciativa legislativa que foi discutida em conjunto com os projetos
objeto desta declaração.
O PCP afasta-se ainda de medidas avulsas e desenquadradas que pretendem alterar questões de natureza
fiscal. Com este posicionamento, o PCP não desvaloriza a importância que as questões fiscais têm para os
agregados familiares. No entanto considera que a resolução destas questões não se resolve com medidas
avulsas e sem o enquadramento mais global sobre os impostos e a política fiscal.
O PCP considera que, apesar dos avanços já registados em Portugal no tratamento e acompanhamento das
crianças e jovens com cancro, é necessário aprofundá-los e melhorá-los. Por isso, apresentou uma iniciativa
que versava sobre uma diversidade de áreas — saúde, apoios sociais, educação, direitos laborais dos pais e
cuidadores e que permitia responder às necessidades identificadas.
Neste sentido, continuará a acompanhar esta temática, exigindo do Governo o cumprimento das resoluções
aprovadas e apresentando outras medidas que vão no sentido de reforçar e melhorar as respostas e funções
sociais do Estado e que possibilitem aos progenitores e cuidadores a articulação do trabalho e dos trabalhadores
com a função de cuidar da criança e jovem com cancro.
Os Deputados do PCP, Carla Cruz — João Ramos — Paula Santos.